AutoData - Cummins projeta redução de 16% na produção de motores em 2015
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23/04/2015

Cummins projeta redução de 16% na produção de motores em 2015

Por Viviane Biondo

- 23/04/2015

A unidade da Cummins em Guarulhos, SP, deverá produzir 45 mil motores neste ano. A previsão é de Luis Pasquotto, presidente da Cummins América do Sul e vice-presidente da Cummins, e representa queda de 16,6% na comparação com as 54 mil unidades saídas das linhas no ano passado.

Segundo o executivo a empresa já previa arrefecimento do mercado no fim de 2014, mas em menor proporção:

“Tanto que fizemos ajustes na força de trabalho naquele período, com demissão de 145 pessoas da unidade de motores. Para nossa surpresa, contudo, o mercado está menor do que prevíamos, então teremos treze sextas-feiras sem produção ao longo do ano.”

Pasquotto revelou que minutos adicionais de trabalho serão adotados para compensar esses dias de paralisação das linhas caso o mercado retome patamares mais elevados no segundo semestre ou mesmo em 2016.

“Por enquanto não há previsão de férias coletivas. Se a economia se deteriorar teremos que tomar alguma outra ação, mas por ora não há nenhuma previsão. Esperamos que este já seja o fundo do poço. Não posso dizer com clareza que o segundo semestre será melhor, mas temos esta esperança.”

A estimativa de mercado da Cummins para o mercado total de caminhões é de 100 mil unidades, mas isso “sendo pessimista. Em uma projeção otimista podemos chegar a 115 mil”. Para os ônibus a previsão da fabricante é de queda de 8% em relação ao ano passado.

A operação brasileira da empresa, somadas as divisões de motores, geração de energia, componentes e distribuição, conta com 1,9 mil funcionários.

Os recém-nacionalizados motores ISF 3.8 deverão representar 15 mil dos 45 mil produzidos em Guarulhos neste ano. Eles destinam-se a picapes, caminhões e ônibus leves.

“O ISF 3.8 tem 340 peças, sendo que 162 já são locais e outras 80 serão nacionais até o fim do ano”, destacou o presidente.

Em 2016 será a vez do ISF 2.8 ser feito localmente. Mas mesmo com o aumento do portfólio local, se confirmadas as perspectivas de Pasquotto a unidade fabril utilizará apenas 40% de sua capacidade produtiva, em que é de 111 mil unidades.

Com espaço vago a unidade passa por mudanças. No ano passado recebeu investimento de US$ 34,7 milhões e está em ciclo de US$ 50 milhões que começou em 2011, sem contar os US$ 11 milhões destinados à nacionalização de motores.

“São aportes que ampliam a produtividade e que serão complementados por investimentos adicionais em salas de teste.”

O projeto de construção da fábrica em Itatiba, Interior de São Paulo, por sua vez, foi cancelado.

“Em 2010, quando anunciamos, tínhamos o objetivo de exportar e prevíamos que precisávamos de espaço extra. Mas o País perdeu competitividade. Para dar um exemplo, levar um gerador de energia da Índia para a Venezuela é mais vantajoso que a partir do Brasil. De qualquer forma temos o espaço em Guarulhos, decorrente da queda de mercado.”


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