AutoData - Sabó reduz custos e enxuga estrutura
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07/05/2015

Sabó reduz custos e enxuga estrutura

Por Michele Loureiro

- 07/05/2015

Para manter-se em posição de destaque no mercado nacional a Sabó, uma das maiores fabricantes de autopeças de origem genuinamente brasileira, precisou recorrer a medidas não muito populares: a companhia reduziu a força de trabalho em 33% e precisou se desfazer de algumas áreas.

Segundo Lourenço Agnello Oricchio Junior, diretor geral da Sabó Américas, nos últimos três anos o número de funcionários da companhia passou de 4 mil para cerca de 1,3 mil. “Foi uma questão de sobrevivência.”

Para manter sua produção nos mesmos níveis a Sabó  investiu na automatização de processos na unidade de Mogi das Cruzes, SP. “Ou fazíamos isso ou teríamos morrido no mercado.”

Além disso a companhia, fundada em 1942, reduziu a ocupação de sua tradicional sede na Lapa, em São Paulo. A unidade tem nove prédios e atualmente apenas três estão ocupados, e segundo Oricchio Jr. a intenção da empresa é entregar o imóvel: “Estamos em uma região nobre em São Paulo e a ideia é desocupar os prédios em dois ou três anos para concentrar a operação em Mogi das Cruzes”.

Além de reorganizar a estrutura nacional a Sabó também revisou sua operação fora do Brasil. Em maio de 2014 o Grupo Sabó vendeu a participação majoritária em sua subsidiária na Alemanha, a Kaco, ao grupo chinês Zhongding – Sealing Business Unit. “Não tínhamos condições de crescer e o negócio estava estagnado. Com a venda quitamos todas as nossas dívidas e ainda ficamos 20% de participação na empresa. Foi um ótimo negócio.”

Oricchio Jr. falou sobre a situação da Sabó durante o primeiro dia da 12ª edição da Automec, Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços, na terça-feira, 7. O executivo afirmou que apesar do momento de fragilidade econômica que o País enfrenta, a companhia se preparou bem para passar por dificuldades:

“Atualmente metade do nosso faturamento é fruto de negócios diretos com as montadoras, e essa parte tem sido bastante impactada pela retração nas vendas. Mas estamos otimistas com a parte de reposição, que responde pelos outros 50% do nosso negócio no Brasil.”

De acordo com o executivo a companhia acompanha a tendência do mercado, de colher bons resultados na área de reposição. “Os consumidores estão reparando seus veículos e adiando as compras de modelos 0 KM.”

A Sabó possui uma engenharia exclusiva para a reposição e nos últimos dois anos lançou 234 produtos para o segmento. A ideia, segundo Oricchio Junior, é ampliar cada vez mais a relevância desse mercado. “Além disso as exportações nos ajudam a enfrentar esse momento. Somos fornecedores da General Motors e Ford praticamente no mundo todo e as remessas respondem por 30% do nosso faturamento.”

No início deste mês a Sabó concluiu mais uma etapa de seu ajuste ao anunciar a venda da sua operação de mangueiras para o grupo italiano Reflex&Allen. Segundo o executivo a transação, que não teve o valor revelado, atende objetivo de centralizar ações em seus principais mercados, retentores e juntas.

Para a multinacional italiana veio a oportunidade. Pela primeira vez na Automec, a Reflex&Allen chega otimista e cheia de planos. Além da Itália a R&A está presente no Reino Unido, Irlanda, China, Japão, Índia e Estados Unidos. “Só faltava a América do Sul e o Brasil é uma ótima porta de entrada”, diz o diretor Ronaldo Teffeha.

Os planos da companhia, que pretende aproveitar a estrutura fabril da Sabó para crescer mais rápido, incluem fornecer para as principais montadoras de veículos pesados e ganhar espaço na reposição independente. “Estudamos o mercado e vimos que há espaço mesmo nesse momento de fragilidade econômica. Estamos pensando nos próximos dez ou vinte anos.”


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