AutoData - FCA e fornecedores dividiram investimento de mais de R$ 2 bilhões em Goiana
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18/05/2015

FCA e fornecedores dividiram investimento de mais de R$ 2 bilhões em Goiana

Da padronização do uniforme, que veste sem distinção desde o operário do chão de fábrica até os diretores, ao maquinário de última geração, com uso intensivo de robôs, o Polo Automotivo Jeep, em Goiana, PE, é realmente inovador.

Com um parque de fornecedores formado por dezesseis empresas, que ocupam doze edifícios em área total construída de 248 mil m², são produzidas localmente dezessete linhas estratégicas de componentes, que respondem por 40% em valor da demanda de componentes da unidade. O SUV compacto Renegade tem hoje 70% de nacionalização, índice que chegará a 80% nos próximos meses.

Para integrarem-se ao parque os sistemistas tiveram de cumprir uma série de exigências, dentre as quais a compra de maquinário novo. Ao final o investimento total foi superior a R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão da FCA, em obras civis e suporte de infraestrutura do parque de fornecedores, e mais de R$ 1,1 bilhão dos sistemistas em equipamentos.

As obras foram iniciadas em janeiro de 2014 e as empresas iniciaram a pré-produção no começo do primeiro trimestre deste ano.

Atualmente o parque emprega 2,3 mil trabalhadores, número que até o fim deste ano – quando a produção estiver em ritmo pleno – atingirá 3,2 mil pessoas. A meta é produzir componentes a ritmo de 30 veículos/hora, com projeção de atingir 45/hora ainda neste semestre.

De acordo com o diretor de gestão de projetos estratégicos da FCA, Antônio Damião, a estruturação do parque de fornecedores envolveu processo totalmente inovador: “Ao contrário do que costuma ocorrer, primeiro foram definidas as linhas estratégicas de produtos e seus respectivos processos para só depois partimos para a escolha dos fornecedores. Elencamos 16 de 29 candidatos, definindo na sequência, e em conjunto com os eleitos, os fluxos logísticos e layouts para dimensionar seu tamanho”.

Dos cerca de 2 mil novos itens que serão demandados pela montadora, 450 serão fornecidos a partir do parque de fornecedores, o que representa, segundo Damião, “fluxo anual de mais de 27 milhões de operações logísticas do parque de fornecedores para a nova planta”.

Condomínio – Para garantir a harmonia do Polo Automotivo Jeep algumas áreas, como a de relações trabalhistas, alimentação, segurança e assuntos legais, são comuns. Um item inovador em todo esse processo foi uniformização dos funcionários: todos têm a mesma vestimenta, sendo impossível identificar nas linhas quem é operário ou engenheiro, por exemplo, apenas pela roupa.

Na fábrica do Jeep Renegade todos vestem calça e camisa polo na cor cinza, com acabamento em branco e destaque para o logotipo Jeep. A proposta estende-se aos funcionários do parque dos fornecedores, que também se vestem de cinza – só que com o complemento de outras cores em substituição ao branco. No caso da Pirelli, por exemplo, é o vermelho, em outro fornecedor o azul ou verde e assim por diante.

Assim como a FCA também os fornecedores têm priorizado a contratação de mão de obra local. Muitos dos contratados fizeram estágios nos países-sede das empresas para compartilhar conhecimento dentro das fábricas. De acordo com Alfredo Fernandes, diretor do parque de fornecedores, 63% da mão de obra local é da Região Nordeste, a maioria de Pernambuco e Paraíba. A previsão, segundo ele, é que até 2016 os sistemistas empregarão perto de 5 mil funcionários.

Na fábrica da Jeep as mulheres respondem por 16% da força de trabalho, índice que chega a 24% nos fornecedores. Dentre as empresas que têm maior participação das mulheres está a Lear, com forte presença na área de costura dos bancos. Além de entregar peças e conjuntos diretamente para a fábrica do Renegade, alguns sistemistas também têm intercâmbio de componentes.

Dentre as doze empresas presentes no parque estão a Adler Pelzer, para componentes de acabamento interno e de isolamento acústico, Broze, sistemas das portas, Denso, sistemas térmicos, Lear, bancos, Pirelli, pneus, PMC, conjuntos soldados estruturais de chassis e das estruturas dos bancos, Revestcoat, tintas, Saint-Gobain, vidros, e Tiberina, conjuntos soldados estruturais de chassis.

As demais unidades produtivas, em total de dezesseis, são do Grupo Magneti Marelli: MMH PCMA, para solda e montagem de sistemas de produção, tanques plásticos, montagem do conjunto de pedais e sequenciamento do sistema de exaustão, MMH Suspension Assembly, MMH Suspension Welding, MM Stamping, estampagem de componentes estruturais e de suspensão e MM Welding, solda de subchassi, além das joint-ventures com a Faurecia, a FMM, e com a Sole Prima, a SPMM.


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