Os números do mercado nacional de veículos estão aquém das estimativas mais modestas neste ano. A solução para enfrentar momentos como este é simples, entende Sérgio Reze, presidente da Assobrav, associação nacional dos distribuidores VW: “É preciso debater menos a economia e ir até o cliente. As montadoras têm que falar com a rede e a rede, por sua vez, com sua linha de frente. É hora de arregaçar as mangas”.
O dirigente foi um dos participantes de painel do Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, realizado pela AutoData Editora na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul de São Paulo. O encontro debateu tendências de vendas ao varejo e dele participaram ainda Ricardo de Oliveira Lima, vice-presidente da Fenabrave, e Ney Faustini, representante da Abrac, associação nacional dos concessionários de bandeira Chevrolet.
Para Reze a indústria automotiva não vive exatamente uma crise. “As vendas de novos são, sim, afetadas por uma crise, que é econômica e política. Minha empresa mesmo já trabalha com estimativas de volumes de novos menores. Mas as vendas de usados e pós-vendas são exemplos de segmentos que estão indo relativamente bem.”
O presidente da Assobrav ainda considerou que esta não é a primeira vez que o País enfrenta algum tipo de turbulência econômica – há inúmeros exemplos de outras ocorrências semelhantes na história. “Vivemos crises desde a morte de Getúlio Vargas, em 1954, depois nos tempos de Jânio Quadros e mais recentemente com Fernando Henrique Cardoso, que restringiu o crédito ao consumidor”.
Em relação à indústria, Reze comentou a perda das vendas ao mercado externo. Para ele “o País foi descuidado: exportávamos para Egito, Rússia, Alemanha, Estados Unidos. E esquecemos esses mercados”.
Lima, vice-presidente da Fenabrave, por sua vez acrescentou: “Reinvestimos cegamente, sem considerar que o Brasil vive ciclos. E atualmente a crise política se instalou na economia e, consequentemente, em diversos setores”.
Ainda assim, o porta-voz da associação que representa todos os distribuidores no País estimou melhor ânimo nos próximos meses: “Este ano prevemos melhora no segundo semestre, vez que o consumidor não tem mais o orçamento comprometido com IPVA, IPTU e matrícula escolar. Além disso há uma série de lançamentos no mercado”.
Faustini, da Abrac, destacou ainda que há 240 mil consumidores contemplados em consórcio. “A rede Chevrolet começou recentemente uma campanha neste sentido, que já movimenta mais as casas. Isso é positivo, pois embora estejamos na liderança [nas vendas a varejo], sofremos os efeitos da baixa econômica como todas as marcas.”
Para Faustini o mercado deve retomar o crescimento apenas em 2017. Mas salientou que “se tivermos boas notícias na economia, isso pode se antecipar. O mundo não acabou”.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias