AutoData - Comau nacionaliza estação de montagem robótica
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20/07/2015

Comau nacionaliza estação de montagem robótica

Em um galpão alugado pela Comau na cidade mineira de Betim, a poucos quilômetros da fábrica da Fiat, começaram a ser fabricadas as primeiras estações nacionais de montagem robótica automatizada. As chamadas SmartRob automatizam um dos processos de produção que mais inovações recebeu nos últimos anos na indústria automotiva nacional: o powertrain.

São sessenta unidades encomendadas, todas para parceira Fiat – a Comau faz parte do Grupo Fiat Chrysler. Mas a nacionalização visa alcançar mais clientes, assegura Fabrizio Anzalone, diretor da área de powertrain da Comau para a América Latina.

“A indústria automotiva brasileira precisa aumentar a produtividade e um dos caminhos é o investimento em automação. Estamos trazendo potenciais clientes para cá, apresentando a linha, buscando novos acordos. Mas não é uma decisão que se toma no curto prazo, é algo que precisa ser estudado, em tempo de maturação que leva de seis meses a dois anos.”

A SmartRob é uma estação de montagem robótica automatizada para processos de powertrain em série. Flexível, é capaz de acelerar o tempo de produção de um motor ou transmissão, manual ou automática, com alta precisão. Na configuração apresentada na quinta-feira, 18, fez a montagem dos cabeçotes do motor, mas pode ser programada para outras funções.

Mais de 65% dos componentes são produzidos no Brasil, onde a Comau envolveu cerca de vinte fornecedores. O robô NJ60, porém, vem da Itália, embora não impeça que a estação possa ser financiada por meio de linhas do BNDES, que exigem conteúdo local mínimo de 65%.

“Nacionalizamos todos os componentes possíveis. Ficaram de fora apenas o robô e alguns componentes eletroeletrônicos que não têm produção local.”

Após serem montadas no galpão, as estações são desmontadas e levadas ao cliente, onde são novamente montadas e programadas de acordo com as necessidades. O executivo garante que há sigilo total para todos os clientes.

Anzalone não soube quantificar o investimento feito pela Comau na empreitada, mas revelou que a força de trabalho da companhia cresceu 40%, boa parte na contratação de engenheiros.

Em exposição no balcão de Betim, ao lado de uma mostra de quadros pintados por artistas italianos – representando a união de engenharia com arte, de acordo com a empresa –, a estação deverá partir nas próximas semanas para São Paulo, onde a Comau espera conquistar mais clientes.

Anzalone afirmou que a intenção da empresa não para por aí: há planos, bem avançados, de nacionalizar outra estação, a SmartCell. “A diferença para a SmartRob é a possibilidade de efetuar montagens paralelas, em processos específicos. Estamos conversando com um parceiro que por questões de confiabilidade não podemos revelar, mas devemos nacionalizar também este produto em breve.”


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