Encerrado o primeiro semestre com queda de 20,7% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, comparado com os primeiros seis meses do ano passado, a Fenabrave refez suas projeções de licenciamentos para 2015 – pela terceira vez.
Agora a associação estima redução de 23,9% nos emplacamentos do ano, para 2 milhões 663 mil unidades. São 835,2 mil veículos abaixo do volume comercializado em 2014, quando os brasileiros consumiram 3,5 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus.
Na primeira projeção divulgada pela Fenabrave, em janeiro, a expectativa era de leve redução nas vendas, 0,5%. Em março o presidente Alarico Assumpção Jr. revelou estimativa de 10% de retração no mercado, revista para 19% em maio.
Os números divulgados pelo presidente da associação na quinta-feira, 2, apontam que o segundo semestre será só um pouco melhor do que o primeiro. De janeiro a junho foram licenciadas 1 milhão 318 mil unidades no mercado brasileiro e, caso as projeções da Fenabrave sejam comprovadas, de julho a dezembro serão licenciados 1 milhão 344 mil unidades. Desta forma, o mercado cresceria apenas 2% na segunda metade do ano ante a primeira.
Por segmento a queda mais forte será em caminhões: a Fenabrave estima vendas 45% inferiores às do ano passado, com apenas 75,4 mil licenciamentos. Em chassis de ônibus a expectativa é de redução em 24% das vendas, para 24,3 mil unidades, e em automóveis e comerciais leves a retração chegaria a 23%, com pouco mais de 2,5 milhões de veículos.
Inflação alta, taxas de juros e desemprego em crescimento, redução do poder de compra, restrição de crédito e endividamento das famílias foram citados como razões para a queda nas vendas de veículos leves, acrescidas de volumes mínimos de transporte de carga e antecipação de compras para a queda do segmento pesado.
“Mas a pior questão é a confiança do consumidor e do empresário. Ela vai além de todos os fatores, políticos ou econômicos”, avaliou Assumpção Jr.
Semestre – As 1 milhão 318 mil unidades emplacadas de janeiro a junho representam o pior volume para o primeiro semestre da indústria desde 2007.
Deste total 1 milhão 270 mil licenciamentos foram de automóveis e comerciais leves, queda de 19,8% com relação ao primeiro semestre do ano passado. Em junho as vendas do segmento alcançaram 204,6 mil unidades, 18,4% abaixo do mesmo mês de 2014 e 0,2% inferiores a maio, em estabilidade.
O mercado de caminhões caiu 42,1% no semestre, para 37,4 mil unidades. Em junho foram comercializadas 6,2 mil unidades, 41,4% abaixo de igual mês do ano passado mas 3,1% acima de maio.
Em chassis de ônibus a queda acumulada chegou a 25,1%, para 11,7 mil unidades. No mês passado foram licenciadas 1,7 mil novidades, estável com relação a maio e 27,2% abaixo de junho de 2014.
O segmento de motocicletas registrou desempenho 10,6% inferior ao dos primeiros seis meses de 2014, com 641,8 mil unidades emplacadas. Em junho foram 101,1 mil licenciamentos, queda de 2,6% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 4,2% na comparação com maio.
O desempenho do semestre provocou o corte de cerca de 12 mil postos de trabalho no setor de distribuição, de acordo com Assumpção Jr:. “Foram fechadas 492 concessionárias, mas abriram outras 250. O déficit no ano, portanto, chega a 242 pontos de vendas”.
Segundo o presidente da Fenabrave o Brasil possui atualmente 7,9 mil concessionárias que empregam 410 mil trabalhadores – mas o dirigente estima que haverá redução ainda maior no tamanho da rede. “Nessa toada poderemos fechar o ano com 400 pontos de vendas de déficit, cerca de 5% do tamanho da rede. E o número de demissões poderá chegar a 20 mil.”
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