Em contraste com a produção e as vendas internas, em queda, a indústria automotiva vem comemorando bons resultados na exportação. Foram exportados em junho 48 mil veículos, alta de 96,8% sobre o mesmo mês de 2014 e de 17,9% com relação a maio. As vendas externas no semestre cresceram 16,5%, totalizando 197 mil unidades este ano ante as 169,3 mil dos primeiros seis meses do ano passado.
Em valores o comparativo do ano é menor em 7,4%, com receita de US$ 5 bilhões 549 milhões este ano contra os US$ 5 bilhões 995 milhões exportados no primeiro semestre de 2014. Ao divulgar o balanço do setor na segunda-feira, 6, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse que a discrepância de volumes com valores decorre do fato de a indústria estar exportando mais produtos de menor valor agregado.
As exportações de máquinas agrícolas, por exemplo, caíram 18,4% no semestre – 5,3 mil unidades contra 6,5 mil no mesmo período do ano passado, disse Moan “e, no caso das colheitadeiras, que são as mais caras do segmento, a queda chegou a 51,2%”.
O melhor resultado verifica-se no segmento de automóveis e comerciais leves – bens de menor valor unitário –, com 183,8 mil unidades embarcadas para fora este ano, alta de 17,3% no acumulado do semestre. As vendas externas de ônibus subiram 1,5% e as de caminhões, 9,3%.
Moan fez questão de destacar que a queda em valores tem sido menor a cada mês – era de menos 20,8% no primeiro bimestre e de 18,9% no quadrimestre –, razão de a Anfavea manter projeção de pequeno crescimento de 1% na receita exportada este ano. De acordo com Moan as vendas para o México cresceram 70% este ano, enquanto os embarques para a Argentina caíram 4%:
“Mas no geral estamos exportando mais, caso do Peru, com alta de 82%, e nossa proposta é diversificar cada vez mais nosso leque de clientes”.
O presidente da Anfavea voltou a elogiar o PNE, Plano Nacional de Exportação, anunciado pelo governo em junho, que contempla parte das propostas sugeridas pela entidade no programa Exportar-Auto encaminhado às autoridades no ano passado:
“O PNE mostra os caminhos que devemos perseguir e junto com os acordos comerciais em negociação com outros países trará mais competitividade à indústria brasileira. Já fechamos acordo com o México e com a Argentina e estamos prestes a concluir acertos com outros países da América Latina, sem contar as negociações em andamento com a União Européia”.
Além de promessa de desburocratização das operações de vendas externas o PNE prevê a recomposição gradual do Reintegra, a reforma do PIS/Cofins e a ampliação do FGE, Fundo de Garantia às Exportações, em US$ 15 bilhões.
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