Três dos principais executivos da MMC Automotores, que representa a Mitsubishi no Brasil com fábrica em Catalão, Goiás, tiveram quebra de sigilo determinada pela CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga possíveis manipulações de sentenças em julgamentos do Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da Receita Federal. A CPI foi instaurada a partir da Operação Zelotis, da Polícia Federal.
De acordo com informações da Agência Brasil a CPI determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Eduardo Souza Ramos, fundador da empresa. Já Paulo Ferraz e Robert Rittscher, respectivamente ex e atual presidente da MMC, terão rompidos seus sigilos telefônicos, de SMSs e e-mails quebrados.
Consultada pela Agência AutoData, a MMC informou apenas que não se pronunciaria a respeito da decisão da CPI. Rittscher compareceu à comissão na semana passada para prestar esclarecimentos, ocasião em que lhe foi sugerida pelos senadores adesão à chamada delação premiada. O executivo, entretanto, negou a oferta, considerando que não teria informações disponíveis para agregar às investigações.
Também tiveram quebrados os sigilos fiscal e bancário de representantes de três empresas que teriam prestado serviço à MMC em ações no Carf: Planeja Assessoria e Alfa Atenas Assessoria Empresarial, além de Cristina Mautoni, sócia da empresa Marcondes & Mautoni Empreendimentos – o outro sócio e presidente da empresa é Mauro Marcondes Machado, vice-presidente da Anfavea na atual gestão ocupando justamente a cadeira a que tem direito a MMC na associação.
De acordo com a Agência Brasil as investigações da PF apontam que, após ser autuada pela Receita Federal por acumular incentivos fiscais indevidamente, a MMC conseguiu reduzir o débito de multa da Receita Federal de R$ 266 milhões para cerca de R$ 900 mil em um julgamento no Carf.
Ao órgão de comunicação o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira, do PSDB do Tocantins, afirmou: “Precisamos esclarecer muitas questões quanto ao caso da Mitsubishi. Ela negociou com operadores do esquema investigado pela Polícia Federal e obteve vitória em um processo de centenas de milhões”.
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