Menos de um ano após a CEO da General Motors, Mary Barra, anunciar à presidente da República, Dilma Rousseff, o ciclo de R$ 6,5 bilhões de investimentos nas operações brasileiras até 2018, a companhia dobrou a aposta no mercado local. Na terça-feira, 28, Dan Ammann, presidente da montadora, anunciou pacote adicional de R$ 6,5 bilhões, somando R$ 13 bilhões a serem aplicados por aqui até 2019.
O dinheiro será investido no desenvolvimento e produção de uma nova família de veículos voltada aos mercados emergentes. Brasil, China, Índia e México receberão juntos US$ 5 bilhões – em torno de R$ 16,8 bilhões na cotação do dólar de terça-feira, 28 – para a introdução destes modelos, que sairão de uma mesma plataforma flexível.
A SAIC, joint-venture chinesa da GM, ajudará no desenvolvimento da nova linha de veículos, que será feito em parceria com as equipes de engenharia e design dos Estados Unidos e Brasil. As fábricas da GM no Brasil, China, Índia e México serão responsáveis pela produção dos veículos.
Por aqui serão produzidos seis modelos de diferentes tamanhos e segmentos, alguns deles sem representantes no atual portfólio da Chevrolet. Com exceção da unidade de São José dos Campos, SP, todas são candidatas a receber parte do aporte, que englobará também peças, componentes, motores e transmissões.
“Acreditamos que o crescimento da indústria na próxima década será puxado pelos mercados emergentes e o Brasil será peça-chave dessa demanda”, afirmou Ammann. “Venderemos em torno de 2 milhões de unidades dos veículos dessas nova família por ano, em todos os mercados”.
Segundo o executivo os modelos não serão necessariamente os mesmos para cada mercado. Respeitarão as características de cada consumidor. A plataforma, porém, será a mesma.
Ammann, que anunciou o investimento ao lado de Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul, e Santiago Chamorro, presidente da GM Brasil, afirmou que o País tem grande potencial de no segmento automotivo e voltará a apresentar crescimento nos próximos anos.
São José fora– Nos cálculos da diretoria da GM as fábricas atuais têm capacidade instalada suficiente para suprir a demanda do mercado brasileiro nos próximos anos, sendo desnecessários investimentos em ampliação ou em novas unidades produtivas. Ammann afirmou que os R$ 6,5 bilhões serão aplicados no desenvolvimento da família de veículos, de novos motores e transmissões, ferramentais e novas tecnologias.
Ardila deixou claro que a unidade de São José dos Campos está fora do plano de investimento. “A fábrica não é competitiva. Temos mão-de-obra qualificada, mas com salários e benefícios não competitivos e inflexibilidade para acordos trabalhistas. As nossas outras unidades oferecem maior flexibilidade”.
Segundo o presidente da GM América do Sul isso não significa o fechamento da unidade, tampouco o cancelamento do plano de investimento de R$ 2,5 bilhões para produzir modelos de entrada. O executivo disse se tratar de outros veículos, que não fazem parte desta família voltada a mercados emergentes, e que deverão concorrer com o futuro city car da Fiat e o Up!, da Volkswagen. “Esse plano segue em estudo. Ainda não conseguimos chegar a uma conclusão”.
Ardila calcula que o mercado fechará o ano com 2,8 milhões de unidades comercializadas, nível que se manterá em 2016, retornando ao crescimento em 2017. “O lançamento destes modelos da nova família, previsto para 2019, será feito com o mercado novamente em alta”.
O executivo tem melhor perspectiva para a produção, devido à possibilidade de ampliação das exportações. Segundo Ardila o patamar novo do câmbio permite buscar alternativas em mercados externos, mas para isso é necessário apoio do governo.
“O governo precisa assinar novos acordos comerciais. Com eles poderemos ampliar exportações para Chile, Colômbia, Peru. O México tem atualmente 44 acordos comerciais assinados no segmento automotivo, estamos ainda bem distantes”.
A Argentina, naturalmente, receberá também os modelos produzidos por aqui da futura família de veículos que entrará em linha em 2019. Ardila não confirmou, porém, se outros mercados da América do Sul, ou mesmo o México, também poderão receber os modelos, que são destinados a países emergentes – Estados Unidos e Europa, portanto, não comercializarão estes veículos.
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