Em reunião realizada com o titular do MDIC, o ministro Armando Monteiro, há algumas semanas em Brasília, DF, a Abeifa levou como principal pleito a revisão nas atuais cotas de importação do Inovar-Auto. Definidas em 2012, preveem teto máximo de 4,8 mil unidades ao ano, calculada pela média do volume importado de 2009 a 2011. Para as empresas de menor volume que não atingiram o teto, tais como Porsche, Ferrari e outras, vale a média. O que for importado acima disso recolhe o IPI majorado com alíquota de 35%, além do Imposto de Importação.
O pedido da Abeifa foi para que as cotas sejam dobradas, ou seja: o teto subiria para 9,6 mil unidades ao ano. A informação foi revelada à Agência AutoData pelo presidente da Abeifa, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, Marcel Visconde.
Para o dirigente “esta mudança não alteraria em nada o quadro atual de mercado, em especial no que diz respeito à participação dos importados pelas associadas nas vendas totais, que continuaria na faixa de 3%” – até julho o índice é de 3,7%, mas considerando neste cálculo também a produção nacional de Jeep, BMW, Chery e Suzuki, todas afiliadas à Abeifa. “Não é nada que vá mudar o quadro de forma significativa”, salienta Visconde.
A Abeifa entende que já é hora de uma revisão nas regras do Inovar-Auto, vez que “sua principal mensagem, a da nacionalização, foi atendida”. Para o presidente da associação um aumento das cotas também ajudaria o País a “evitar ranhuras com a OMC”.
De acordo com Visconde a proposta foi bem recebida no MDIC, ainda que sem qualquer indicação de aceite. Mas o dirigente se mostrou otimista, em especial pelo que considerou como “boa vontade” do governo em ao menos ouvir os pleitos da Abeifa.
Outro ponto discutido no encontro foi a continuidade do programa para veículos híbridos e elétricos, que não avançou além da redução de imposto de importação para modelos sem sistema plug-in. Visconde lembrou que “ali o panorama hídrico era outro, e como este evoluiu bem de lá para cá podemos retomar as conversas”.
Para ele a adoção de medidas de desoneração deste tipo de veículo ajudaria o Brasil a inserir-se no contexto global, além de criar massa crítica de mercado para adaptação da tecnologia ao mercado nacional.
Resultado – As vendas de automóveis e comerciais leves das marcas associadas à Abeifa chegaram a 55,3 mil unidades nos sete primeiros meses de 2015, volume que representa estabilidade, com ligeiro crescimento de 0,2%, em comparação a igual período de 2014.
Entretanto este índice só foi obtido graças ao aumento da produção nacional de algumas empresas afiliadas, em especial Jeep e BMW, além da Chery.
Se isolados os modelos nacionais e considerados apenas os veículos importados pelas empresas coligadas à Abeiva o resultado é bem diverso: 38,2 mil unidades, queda de 29% no mesmo comparativo – em 2014, de janeiro a julho, as associadas comercializaram 55,2 unidades, todas trazidas do Exterior, vez que ali nenhuma das empresas da Abeifa contava com produção local.
Em julho o índice de crescimento chegou a 39,7% no volume de vendas ante mesmo mês do ano passado, com 10,6 mil ante 7,6 mil. Porém, do total de julho, metade é de veículos nacionais. Visconde reforça que “em 2015 as associadas devem registrar crescimento nas vendas totais, mas temos de contextualizar que esse resultado refletirá a chegada dos modelos produzidos no País por marcas que iniciaram a operação local”.
Para ele, “considerando somente os veículos importados registramos até agora uma forte queda de 29% na comparação com 2014, e a tendência é uma piora ainda mais significativa, avaliando o reflexo da valorização do dólar, que impacta diretamente os negócios”.
O dirigente acrescentou que apesar da elevação da taxa da moeda estadunidense as montadoras que trabalham apenas com importações ainda não promoveram reajustes significativos em suas tabelas, como forma de não prejudicar ainda mais os volumes comercializados.
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