A Lifan decidiu interromper por seis meses a produção de veículos em sua unidade situada em San José, no Uruguai. Os automóveis seriam exportados para o mercado brasileiro, segundo o Flash de Motor, publicação venezuelana parceira editorial da Agência AutoData.
A indústria automotiva uruguaia é um dos setores mais dependentes dos países vizinhos e registrou crescimento quando Argentina e Brasil começaram a demandar produtos.
Porém, segundo o jornal argentino El Pais, as restrições impostas pelo governo local para beneficiar a indústria nacional e a deterioração da atividade econômica no Brasil culminaram com a menor demanda pelos produtos uruguaios.
Em entrevista ao jornal argentino, o líder do Sindicato dos Metalúrgicos local, César Acosta, disse que a Lifan informou a intenção de interromper a produção aos trabalhadores. Segundo ele, a empresa alegou que não há demanda pelos produtos e precisará paralisar a produção por seis meses.
O sindicalista disse ainda que a companhia afirmou que os 32 colaboradores da fábrica serão demitidos. Na próxima semana o sindicato se reunirá com o Ministério do Trabalho do Uruguai para tentar reverter a situação. Acosta afirmou que o sindicato irá propor um a espécie de lay-off para os funcionários durante esses seis meses.
Histórico – A Lifan assumiu a operação da marca no Brasil em outubro de 2012. Antes disso, os veículos eram importados e comercializados por um representante. Em 2013 a companhia investiu US$ 55 milhões na unidade uruguaia para adequá-la às necessidades estabelecidas pelas leis brasileiras e do Uruguai.
Segundo a Lifan a fábrica do Uruguai tem capacidade para produzir até 20 mil unidades em dois turnos de trabalho e abastece os mercados do Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela.
De acordo com dados da Abeifa, no acumulado do ano até agosto foram comercializados 3,3 mil veículos da Lifan no Brasil. O volume é 14,8% maior do que o verificado no mesmo período de 2014.
Procurada, a operação local da Lifan não se pronunciou sobre o episódio.
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