Cerca de cem pessoas participaram do 1º Fórum Automotivo Regional de Minas Gerais, na segunda-feira, 15, no Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte, MG, promovido pela AutoData Editora.
Os debates giraram em torno das oportunidades de ampliação do parque de autopeças do Estado e do aumento de negócios tanto para outros Estados como para o Exterior.
O diretor econômico da Fiemg, Federação das Indústrias de Minas Gerais, Guilherme Velloso Leão, abriu o evento destacando a importância do setor automotivo para a economia mineira: “É o segundo maior arrecadador de ICMS do Estado, responsável por uma receita de R$ 1 bilhão 830 milhões no ano passado, ou 5% da arrecadação total e 10% da indústria de transformação”.
Leão também disse haver espaço para crescimento da produção local de autopeças. Segundo dados que divulgou no Fórum de AutoData, o conteúdo dos veículos produzidos no Estado envolve na média 5,5% de material importado, enquanto 18% são adquiridos de outros Estados:
“É possível ampliar a oferta das autopeças locais, principalmente as de maior valor agregado, como as eletrônicas. Precisamos avançar com a produção mais intensiva de tecnologia”.
Na sua avaliação, Minas Gerais tem potencial para consolidar um segundo polo automotivo, no Sul do Estado. “A região metropolitana já está saturada. Temos de fortalecer novas fronteiras e aquela região é geograficamente bastante estratégica.”
Também o primeiro vice-presidente da Anfavea, Antônio Megale, ressaltou a relevância do Estado como segundo maior polo produtivo de veículos do País e aproveitou o evento para fazer um balanço do setor este ano. Com relação ao mercado interno, reforçou a posição de que os volumes diários de comercialização aparentemente já chegaram ao fundo do poço e devem estabilizar-se nos próximos meses. Quanto às exportações, demonstrou maior otimismo.
Megale reconheceu que as montadoras abandonaram em parte os mercados externos no período de demanda interna aquecida, mas vê boas perspectivas das vendas para fora do País continuarem em expansão no ano que vem: “Estamos trabalhando forte com o governo federal para abertura de novos acordos bilaterais, havendo boas perspectivas de negócios com África e Ásia”.
Assim como Megale também o diretor de compras da CNH Industrial América Latina, Osias Galantine, falou das boas perspectivas na área externa, revelando projeto da empresa de incentivar os fornecedores locais a exportar para as fábricas do grupo em todo o mundo.
A CNHi investe US$ 80 milhões em localização de peças, programa que envolve principalmente incentivo à produção em Minas Gerais. O maior investimento é na Iveco, em Sete Lagoas, onde está sendo criado um condomínio industrial que terá capacidade para até vinte fornecedores – dois já estão confirmados – com perspectiva de faturamento de R$ 400 milhões por ano.
Atualmente a CNHi compra por ano US$ 135 milhões em peças. São 762 fornecedores espalhados no País, dos quais apenas 24%, ou 181, instalados em Minas Gerais.
O diretor regional do Sindipeças em Minas Gerais, Fábio Sacioto, informou no Fórum AutoData que será lançado no dia 2 de dezembro, na Fiemg, o Programa de Competitividade Regional, que abrangerá uma agenda propositiva do setor automotivo.
Dentre os objetivos destacam-se a qualificação de mão-de-obra, estímulo à inspeção veicular e ampliação do parque mineiro automotivo. Segundo Sacioto, a indústria de autopeças mineira está conseguindo ampliar seus negócios para outros Estados:
“Nos últimos dois anos a produção de veículos caiu 30% e a queda de faturamento das autopeças mineiras foi menor, de 19%. Isso mostra que cresceu a participação das vendas para fora do Estado. Muitas autopeças de Minas Gerais, inclusive, iniciaram vendas este ano para a fábrica da Jeep, da FCA, em Pernambuco”.
Sacioto participou de um painel de fornecedores no Fórum AutoData, que contou com presença também de Marco Aurélio Rangel, presidente da FPT Industrial, e Osmer Nogueira Dias Fiorese, gerente de vendas auto da ArcelorMittal Tubarão.
Rangel enfatizou processo de localização de peças por parte da FPT, com o objetivo principal de reduzir custos, enquanto Fiorese destacou o desenvolvimento de novos aços de alta resistência. que têm tido boa receptividade por parte das montadoras.
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