Os contratos dos 798 trabalhadores em lay off na fábrica General Motors de São José dos Campos, SP, serão realmente encerrados no domingo, 31, quando finda o prazo do afastamento. À reportagem a companhia confirmou a ação, acordada em agosto do ano passado, em reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos no TRT.
Há cinco meses a montadora pretendia demitir os trabalhadores, que entraram em greve e organizaram protestos na região. A discussão foi parar na justiça e, após audiência, ficou definido que as demissões seriam adiadas por cinco meses, com um bônus de quatro salários a cada trabalhador em lay off – quem quis antecipar sua saída, pôde aderir a um PDV.
Apesar de tudo acordado à época – o próprio presidente da GM do Brasil, Santiago Chamorro, revelou os termos do acordo para a Agência AutoData e disse que não havia como segurar os trabalhadores –, o sindicato local afirma não ter sido oficialmente comunicado e promete, mais uma vez, pressionar a companhia a fim de evitar as demissões.
Em comunicado divulgado à imprensa na sexta-feira, 29, o sindicato afirmou que organizará uma assembleia com os trabalhadores em lay off na quinta-feira, 4. A ideia é mobilizar todos os funcionários em mais uma greve, que seria a segunda na unidade somente este ano – há duas semanas os trabalhadores cruzaram os braços para exigir um valor maior de PLR.
“Desde agosto de 2014 o sindicato tem se empenhado para evitar essas demissões. A cada tentativa de demissão em massa promovida pela GM realizamos fortes mobilizações, que resultaram em três lay offs.”
O sindicato alega que o acordo assinado em 2015, após negociação com o TRT, prevê que uma parte do grupo afastado retornará à fábrica. “Cada adesão ao PDV aberto pela empresa resultará no abatimento do número de excedentes considerado pela companhia. Também deverão entrar no cálculo os trabalhadores que se desligaram da fábrica de agosto de 2015 até hoje, mesmo não fazendo parte do grupo do lay off”.
De acordo com o órgão que representa os trabalhadores o número inicial era 798 trabalhadores, mas foi reduzido a 600 porque parte saiu da empresa. “Seja qual for o número a demissão em massa não se justifica e não tem a concordância do sindicato. A GM, assim como todo o setor automotivo, foi beneficiada com dinheiro público durante todo o governo Dilma e deve isso à população”.
O sindicato promete se mobilizar para evitar qualquer demissão e defende a estabilidade no emprego e redução de jornada de trabalho sem mexer nos salários – ou seja, é contra, também, o PPE. E vai além:
“Também defendemos que a presidente proíba a remessa de lucros para o Exterior, afinal todo lucro é resultado do nosso trabalho”.
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