2018 parece ser ano lucrativo para a General Motors, que registrou, nos Estados Unidos e na China, aumento das vendas em janeiro, mês historicamente fraco em termos de negócios. Esses resultados levam a empresa a se apegar às possibilidades de ter uma operação lucrativa ao longo de todo o ano, apesar do prejuízo do quarto trimestre e dos riscos que envolvem o seu planejamento global de reestruturação visando a eliminar operações onerosas e se capitalizar.
A empresa vem de um ano de perdas e isso incomoda. No quatro trimestre o desempenho foi negativo por causa dos US$ 7,3 bilhões gastos em função da reforma tributária dos Estados Unidos. O prejuízo líquido atingiu US$ 5,2 bilhões, contra um lucro líquido de US$ 1,8 bilhão no mesmo período de 2016. Excluindo esse gasto contábil, que não estava previsto, a maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos teria um lucro de US$ 1,9 bilhão, o que seria o melhor desempenho na história para este período do ano, segundo a companhia.
No entanto, no último balanço divulgado, em janeiro, a CEO da companhia, Mary Barra, mostrou um discurso confiante com vistas a 2018 apesar do retrospecto, mostrando um ponto de vista otimista ainda que haja preocupações sobre a manutenção do crescimento das vendas e da lucratividade enquanto está em curso o plano global: “A GM teve um excelente 2017 na América do Norte, China e recuperação na América do Sul. Continuamos a transformar nossa empresa para ser mais focada, resiliente e rentável. Estamos posicionados para outro ano forte e um melhor ainda em 2019”.
O desempenho das vendas nos Estados Unidos, em janeiro, mostra que a executiva pode estar certa em projetar melhores dias: a companhia vendeu 198 mil 548 veículos, 20% a mais do que em janeiro do ano passado, um resultado obtido por causa das demandas pela picape Silverado e pelo SUV Equinox. Na China, seu maior mercado, o crescimento foi de 14,5% com relação a janeiro do ano passado, alcançando volume de 367 mil 712 unidades.
Na América do Sul, região onde tem feito anúncio de investimentos importantes em produção e desenvolvimento de novos modelos, a empresa conseguiu posicionar o Chevrolet Onix como o veículo mais vendido nos dois maiores mercados, Brasil e Argentina, e prepara as fábricas para transformá-las em plataformas exportadoras: almeja novos mercados afora aqueles com os quais existem acordos bilaterais.
Se nas vendas a operação GM se mostra em ascensão a empresa tem a possibilidade de se concentrar em seu planejamento de estruturação global, o qual tem como objetivo se capitalizar eliminando operações que dão prejuízo e apostando em modelos elétricos, basicamente, nos próximos três anos. No ano passado a empresa abriu mão de operações de vendas em mercados menores, como África do Sul e Índia.
Mais recentemente anunciou que fechará uma de suas quatro fábricas na Coreia do Sul em busca de uma redução de US$ 850 milhões em perdas no país. Nessa fábrica trabalham 2 mil funcionários que, ano passado, produziram 33 mil 982 unidades, 20% de sua capacidade de produção total, segundo a GM. A presença em longo prazo na Coréia do Sul dependerá da vontade do governo de oferecer financiamento ou outros incentivos, e se os sindicatos coreanos concordarem em reduzir os custos trabalhistas.
Foto: Divulgação.
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