AutoData - Metalúrgicos têm impasse com patrões em Caxias do Sul
Trabalho
03/09/2018

Metalúrgicos têm impasse com patrões em Caxias do Sul

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Foto Jornalista Roberto Hunoff

Roberto Hunoff

Caxias do Sul, RS – Com data-base em 1º de junho e sem conseguir acordo para o dissídio coletivo após dez reuniões de negociações, três delas mediadas pelo TRT, Tribunal Regional do Trabalho, empresários e trabalhadores metalúrgicos de Caxias do Sul têm até o início da próxima semana para resolver os impasses. Passado este prazo o processo que tramita no TRT será arquivado e o dissídio seguirá para julgamento. No entanto, após reunião realizada na sexta-feira, 31, as lideranças dos trabalhadores sinalizaram para um eventual movimento de paralisação, por meio de frase atribuída ao presidente do sindicato, Claudecir Monsani, em comunicado distribuído pelo sindicato:

 

“Os empresários pensam somente no lucro. É hora de reagirmos. Nós é que determinamos o ritmo da produção”.

 

Desde as primeiras reuniões ficaram evidentes muitas dificuldades para um acordo. A mais recente surgiu na sexta-feira, em audiência mediada pelo desembargador e vice-presidente do TRT, Ricardo Carvalho Fraga, e pelo procurador do trabalho, Paulo Queiróz. A divergência é sobre a compensação de horas negativas com trabalho em alguns sábados, reivindicação dos empresários e rechaçada pelos metalúrgicos.

 

Os representantes do TRT propuseram alternativas para conciliação. Dentre elas a possibilidade de compensação das horas negativas em um sábado por mês, a partir de fevereiro de 2019. Ou que a compensação seja limitada aos trabalhadores estudantes e outras situações particularizadas, que poderiam ser regulamentadas pelas partes.

 

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, por meio de seu presidente, Reomar Slaviero, registrou na audiência que sem atendimento da proposta não serão mantidas outras vantagens oferecidas aos trabalhadores, como o reajuste salarial de 2,8%, a vigência das cláusulas sociais por 24 meses e a manutenção daquelas da última convenção coletiva, que vencem em setembro: “As empresas abriram mão de discutir outros pontos da proposta original, como a jornada 6 x 2, além de terem acolhido várias condições exigidas para a aceitação do banco de horas”.

 

Monsani, o dirigente dos trabalhadores, lembrou que, inicialmente, os empresários propuseram banco de horas sem limitador e pelo período de um ano: “Não aceitamos a nova proposta e conseguimos avançar para meio a meio, além do pagamento nos fins de semana e feriados. O impasse ficou na questão da compensação do saldo devedor de horas aos sábados”.

 

Foto: Franciele Colissi/Divulgação