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Evento
02/05/2019

Operação no campo também terá sua revolução

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Foto Jornalista Caio Bednarski

Caio Bednarski

Ribeirão Preto, SP – Assim como a indústria automotiva espera uma grande transformação na próxima década com a integração de tecnologias elétricas, autônomas e a própria mudança do conceito de mobilidade, o agronegócio deverá, também, sofrer grandes mudanças. Máquinas autônomas, conectadas e a digitalização do campo serão realidade em até vinte anos, projeta Brad Crews, CEO global da Case IH, marca da CNH Industrial – que coloca a América do Sul no mapa dessas transformações.

 

Não há como, na opinião do executivo, uma região tão relevante e importante na produção global ficar de fora dessa revolução, ainda mais com a cada vez maior profissionalização dos produtores locais. “No futuro muitas máquinas e equipamentos serão desenvolvidos para atender a região, que, apesar de relevante para o agronegócio global, precisa reduzir o atraso tecnológico na comparação com outros países”.

 

Crews assumiu a presidência da Case IH em março e veio ao Brasil para acompanhar a Agrishow, importante feira do agronegócio aberta até a sexta-feira, 3, em Ribeirão Preto, SP. Em conversa com jornalistas na quarta-feira, 1º, citou alguns dos exemplos que acredita que serão realidade na produção agrícola nas próximas décadas.

 

A pulverização de plantações por meio de drones e a conectividade das máquinas, que permitirá o trabalho no campo sem operadores, são possibilidades enxergadas pelo executivo. “Colheitadeiras poderão ser conectadas para trabalhar com apenas um operador, que coordenará a colheita. O que essa máquina fizer, os outros também poderão fazer, mas sem a interferência direta humana”.

 

Armazenamento de dados e compartilhamento dessas informações integram a transformação – serviços considerados por Crews como essenciais para elevar a produtividade. “Será um avanço muito importante e queremos liderar esse segmento. Temos parcerias com empresas que já trabalham com análise e compartilhamento de dados em outras regiões”.

 

O futuro deverá mexer, inclusive, com o modo de a Case IH fazer negócio no Brasil. Crews vê oportunidades em investimentos em áreas onde, hoje, a companhia ainda não é tão forte por aqui: “Poderemos investir na produção de novas plantadeiras e pulverizadores. Atualmente somos fortes nas áreas de colheitadeiras e tratores”.

 

É possível também que essa revolução no campo atraia novas gerações ao agronegócio. Crews acredita que conectividade, compartilhamento de dados e veículos autônomos são assuntos pelo quais os mais jovens têm grande interesse.

 

Conectada desde já – Uma das grandes novidades apresentadas pela Case IH durante a Agrishow foi o sistema AFS Connect, uma solução para monitoramento de frota, gestão agronômica e gerenciamento de dados em tempo real. A ideia, segundo Silvio Campos, diretor de produto para a América do Sul, é ajudar os agricultores a aumentar a produtividade.

 

“Com o AFS Connect é possível antecipar possíveis falhas das máquinas e corrigir antes delas pararem. Também é possível acompanhar o trabalho dos equipamentos em tempo real”.

 

Para usar o AFS Connect, o produtor precisa ter conectividade em sua área de plantio. Mas uma outra solução foi apresentada no caso da ausência da tecnologia: a Case IH, em parceria com a Nokia, oferece a instalação da antena que gera o sinal de internet junto com a venda do AFS. “Acreditamos que a demanda pelo sistema de gerenciamento levará a instalação de 150 antenas até o final do ano”.

 

Foto: Alexandre Lombardi/Divulgação.