São Paulo – As vendas de caminhões no primeiro trimestre do ano caíram 5,6% na comparação com igual período de 2023, com 25,9 mil unidades emplacadas. Mesmo com este resultado a expectativa da Fenabrave é de recuperação até dezembro, com projeção inicial de crescimento de 10% sobre o ano passado e 114 mil veículos vendidos.
Mas o volume poderá ser ainda maior, de acordo com Marcelo Franceulli, diretor executivo da Fenabrave, que participou do Fórum AutoData Perspectivas Caminhões, realizado de forma online na quinta-feira, 25. Ele disse que após o fechamento do primeiro semestre será possível olhar de forma mais clara para o restante do ano, momento em que a entidade pretende avaliar mais de perto os seus números:
“A princípio ainda temos um pouco de cautela com relação à projeção para caminhões, mas o número pode surpreender e poderemos revisar para cima as projeções após o fechamento do semestre. 2024 será bastante positivo pois o mais importante já foi superado, que era o mercado absorver a alta nos custos por causa da chegada do Euro 6”.
Os financiamentos via CDC, que no ano passado representaram 41% das vendas, ainda são um ponto de atenção por causa das altas taxas de juros praticadas, que afetam diretamente os pequenos e médios transportadores. Segundo o diretor a taxa básica de juros está em processo de corte desde o ano passado, mas o cenário mudou no fim do primeiro trimestre de 2024 e a queda poderá acontecer em ritmo menor do que o esperado.
Franceulli evitou falar sobre uma taxa de juros ideal para o mercado de caminhões, mas afirmou que se a Selic ficar em um dígito já seria bastante interessante. Atualmente a taxa está em 10,75%.
Depois do CDC a segunda maior modalidade de pagamentos de caminhões no Brasil é o leasing, incluindo o Finame Leasing, com 31% de participação, seguido pelas compras à vista com 23%. Os consórcios representaram apenas 5% no ano passado.
O executivo acredita que a longo prazo o Brasil tem demanda para consumir de 150 mil a 170 mil caminhões por ano, pois depende muito do transporte rodoviário. Em um prazo mais curto, sem interferências externas e com o País crescendo de 2,5% a 3% ao ano, o mercado poderá chegar em um volume de 120 mil a 130 mil veículos/ano.