São Paulo – O mercado de implementos rodoviários vive momento bem diferente do de caminhões. Executivos que participaram de painel do Fórum AutoData Perspectivas Caminhões, na quinta-feira, 25, informaram que historicamente a cada caminhão semipesado e pesado vendido se registrava a venda de 1,3 a 1,4 implementos. O cenário mudou e a diferença subiu para algo em torno de 1,7 a 1,8 equipamentos.
Alguns fatores explicam a maior de venda de implementos na comparação com a demanda por caminhões:
“Temos muitos clientes que estão expandindo as suas operações. Então, um veículo que antes puxava grãos, ganha um novo implemento para puxar combustível, por exemplo”, disse Sílvio Campos, diretor comercial da Librelato. “Dessa forma o cliente foge da sazonalidade do agronegócio e tem frete cheio o ano inteiro com o mesmo caminhão”.
Quando este movimento começou a expectativa era de que em algum momento a demanda voltasse ao patamar histórico, mas os números indicam que o novo volume chegou para ficar. Claude Padilha, diretor de vendas e marketing da Randon Inplementos, deu outras razões para este avanço:
“O caminhão é muito tecnológico, mas consegue fazer mais de uma operação, em muitos casos, enquanto o cenário de implementos é diferente. O cliente que pretende expandir sua operação e atuar em outro segmento requer um equipamento novo para realizar o transporte”.
Este avanço das vendas de implementos sobre os caminhões também foi impulsionado pela tecnologia Euro 6. Muitos transportadores optaram por renovar seu implemento e adiar a compra de um veículo novo, considerando que o desgaste do equipamento é maior nas operações. A chegada da carreta com quarto eixo também aqueceu a demanda por implementos e, no ano passado, seu primeiro ano cheio de vendas, já representou 20% das vendas totais.