São Paulo – A Volvo anunciou na quarta-feira, 5, investimento de R$ 1 bilhão na sua operação no Brasil até 2023. O recurso será aplicado, principalmente, na modernização da fábrica de Curitiba, PR, com a inserção de tecnologias digitais da indústria 4.0, na expansão da rede de concessionárias e no desenvolvimento de novos produtos.
Dentre eles, segundo o presidente Wílson Lirmann, estão os motores Euro 6 para atender à legislação do Conama, que entrará em vigor a partir de 2022 para novas homologações e em 2023 para todos os caminhões produzidos no Brasil:
“Precisamos adaptar a fábrica ao Euro 6 e trazer novas tecnologias, desenvolver novos produtos aqui. Nas férias coletivas concedidas este ano, de dezembro a janeiro, as primeiras modificações na fábrica já foram feitas”.
O executivo evitou comentar a respeito da chegada de novos modelos de caminhões ou ônibus produzidos aqui. No entanto citou que o Brasil “está inserido na jornada de eletrificação” promovida pela matriz, e que o investimento anunciado “contempla iniciativas nesse sentido”.
O investimento anunciado para o atual ciclo é similar ao realizado pela empresa no último ciclo, de 2017 a 2019. Lirmann contou que a manutenção do nível de investimento significa que a companhia aposta no Brasil, apesar de fatores que considerou ser pontos de atenção:
“Temos uma operação madura que precisa ser aprimorada para atender novas demandas, por isto teremos um investimento grande que proporcionará isso. A diferença de um ciclo para outro é que, naquele de 2017, tínhamos de nos ajustar para sair da crise. Agora miramos o futuro após registrar crescimento em 2019 nas vendas”.
O mercado interno parece ser o foco da montadora do ponto de vista do planejamento comercial traçado para os próximos anos. Há expectativa em torno do aumento da safra de grãos e prováveis reflexos nas vendas de caminhões pesados. Demandas do setor construção também animam a companhia.
A Volvo, ainda, rezou o mantra cada vez mais recorrente no setor quando se fala em vetores de novos negócios em 2020: controle da inflação, baixa taxa de juros e consequente aumento do consumo das famílias.
Fatores externos, como o coronavírus e sua possível repercussão na economia global e as tensões nos mercados chinês e estadunidense preocupam a Volvo e estão no radar do board da companhia. Mas, segundo Lirmann, os olhares da empresa estão direcionados para a resolução de problemas relacionados diretamente ao Brasil:
“Há assuntos externos importantes, mas precisamos focar na melhoria da competitividade do País. Cuidando das questões internas criamos um cenário de proteção às questões externas que possam influenciar o mercado brasileiro”.
Foto: Divulgação.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias