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Covid-19
14/05/2020

Schiemer critica condução do governo e pede prioridade contra covid-19

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – O Brasil passa pela pior crise da sua história, avalia o presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, que criticou a forma pela qual o governo vem conduzindo a situação. O executivo propôs, em entrevista por videoconferência a jornalistas na quinta-feira, 14, a priorização do combate à crise da saúde: “A administração falha da crise está postergando a normalização da situação. Hoje isso está evidente. Só vai haver normalidade quando houver segurança na área da saúde. Isso está prejudicando a economia”.

 

O executivo avaliou que a atividade econômica não voltará enquanto o cenário for de crescimento nas curvas de contaminação e mortos pela covid-19 – até a quinta-feira, 14, mais de 182 mil casos confirmados e 12 mil vítimas fatais: “A confiança da população só vai voltar se controlarmos a crise da saúde. E o que falta? Ações coordenadas e eficientes de combate à covid-19 dos governos federal, estaduais e municipais”.

 

Para Schiemer os governantes “estão mais preocupados com [as eleições presidenciais de] 2022” e contribuem para um agravamento da crise econômica: “É uma tristeza, pois em vez de coordenação temos brigas políticas. Não estou dizendo para não termos opiniões diferentes: na Alemanha existem discussões diárias. Mas existem ações coordenadas, seguindo as palavras dos especialistas”.

 

O resultado pode ser visualizado no câmbio, contou o presidente da Mercedes-Benz: em janeiro a cotação do dólar estava na casa dos R$ 4 e, agora, está batendo nos R$ 6. A moeda brasileira se desvalorizou mais de 40% em cinco meses, em um cenário de inflação quase zero. Segundo Schiemer são fatos que prejudicam a imagem do Brasil no Exterior.

 

“O Brasil perdeu a credibilidade conquistada com as reformas”, disse o executivo, citando exemplos como discussões para reajuste salarial de servidores públicos e troca de ministros durante a crise. “São sinas negativos para os investidores internacionais.”

 

Schiemer disse, ainda, que as negociações com bancos para financiamentos que resolvam a questão da liquidez – o faturamento das empresas caiu mais de 80%, segundo ele – seguem travadas por causa da questão das garantias, mas admitiu estar otimistas quanto a uma solução.

 

Foto: Divulgação.