São Paulo – Representantes da Renault e do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba sentarão à mesa na quarta-feira, 22, para tentar encontrar uma solução para o crítico impasse a respeito do ajuste do quadro de funcionárias da fábrica de São José dos Pinhais, PR. A montadora calcula excedente de oitocentos funcionários na unidade, em um cenário de mercado e produção em queda por causa da pandemia de covid-19.
Segundo a Renault duas propostas foram enviadas ao sindicato e descartadas. A primeira, no início da pandemia, propunha redução da jornada de trabalho com garantia dos empregos. Na segunda, apresentada na semana passada, foi proposto um PDV, Plano de Demissão Voluntária – com benefícios dignos de acordo com porta-voz – mas os trabalhadores, em assembleia, reprovaram os termos.
A entidade, num primeiro momento, desejava que os acordos fossem negociados junto com outros temas, como data-base dos salários e o PPR, Programa de Participação nos Resultados. A Renault incluiu estes temas na sua última proposta, que também não teve desfecho positivo. De maio a junho houve decisão conjunta favorável acerca da adesão à MP 936.
A Renault afirmou, por meio de nota, que "mantém diálogo com o sindicato desde o fim de fevereiro/20 com relação à data-base e PPR, além da busca de soluções para esse momento desafiador que atravessamos".
O sindicato estipulou prazo de 72 horas para que a montadora apresente uma nova proposta – cenário considerado difícil dadas as condições já reprovadas. Na ausência de uma solução a entidade considera cruzar os braços.
A fábrica instalada no Paraná tem quadro de 7,2 mil trabalhadores e produz os modelos Sandero, Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captur. Há também unidades que produzem ali motores e componentes. No mundo a montadora anunciou, em maio, que pretende cortar 15 mil postos de trabalho como forma de reduzir custos em tempos de pandemia.
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