São Paulo – O aumento da alíquota do ICMS nos negócios que envolvem veículos seminovos e usados, especialmente, no Estado de São Paulo joga mais desequilíbrio na balança da concorrência no setor de distribuição de veículos. Isso porque, segundo alega a Fenabrave, há falta de isonomia nas relações comerciais, uma vez que as locadoras de veículos não recolhem o tributo estadual quando vendem os veículos usados em suas lojas.
"Desejamos o equilíbrio concorrencial e isso fica cada vez mais complicado na medida em que as locadoras não pagam todos os impostos que as concessionárias pagam", disse o presidente Alarico Assumpção Júnior. "Não recolhem ICMS na venda do veículo usado, pois alegam ser desmobilização de ativo."
Para Paulo Miguel Júnior, presidente da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, no entanto, no longo prazo o aumento da alíquota também deverá refletir nos negócios da locadoras:
"A maior parte das nossas vendas é feita aos varejistas de veículos, cerca de 70%. Hoje o mercado de seminovos está aquecido, mas de alguma forma se esse nosso cliente tiver problemas em sua operação por causa do aumento do imposto, sem dúvida isso reverbera também no nosso negócio".
Concessionárias e locadoras vivem momentos distintos no mercado de veículos. Se por um lado a rede enfrenta falta de veículos na vitrine e consequente queda de volume em janeiro, por exemplo, as locadoras observaram suas vendas aumentarem ao longo de 2020. As vendas conjuntas no terceiro trimestre, último período aferido em seus balanços, apontaram para alta de 26%.
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