São Paulo – As locadoras de veículos pretendem adquirir 450 mil veículos em 2021 para ampliar e renovar suas frotas, envelhecidas no último ano pela dificuldade das montadoras em entregar automóveis. Segundo a Abla, entidade que representa o setor e que divulgou dados referentes a 2020 na quarta-feira, 24, existem ainda cerca de 200 mil pedidos em aberto nas fabricantes de veículos, com esperas que chegam até a 180 dias.
Por este motivo algumas fabricantes chegaram a bloquear pedidos novos das locadoras, segundo o presidente Paulo Miguel Júnior: “O que nos dizem é que essa situação será resolvida somente no segundo semestre, mais próxima do último trimestre. As montadoras enfrentam restrições com insumos, especialmente semicondutores. E como a Ford parou de produzir no País perdemos uma opção de compra”.
A Ford foi, no ano passado, a quarta maior fornecedora de veículos para o setor de locação, atrás de Fiat, Volkswagen e General Motors. As locadoras compraram 360,6 mil unidades em 2020, das quais 12% foram Ford: “Será bem menor essa participação em 2021, e o volume da Ford será absorvido por outras marcas”.
O volume adquirido em 2020 foi menor do que o de 2019, 541,4 mil veículos, ou 22,8% do total. Em participação também caiu: no ano passado as locadoras responderam por 20,6% do volume. Nem tanto por perda de apetite nas compras: ao fim do ano a Abla reclamava de 150 mil pedidos de automóveis não atendidos pelas montadoras, com promessas de prazos que alcançam até 180 dias.
A frota do setor cresceu menos do que poderia, mas superou pela primeira vez a marca de 1 milhão de unidades: “Passamos o fim do ano com os pátios vazios, devido à demanda acima do esperado por locação. A idade média da frota também subiu de 14,9 meses, em 2019, para 19,6 meses no ano passado”.
Por causa da pandemia e dos meses sem operar, especialmente março e abril, quando as medidas de restrição foram mais agudas, o faturamento bruto do setor caiu de R$ 21,8 bilhões para R$ 17,6 bilhões. Segundo a Abla o setor contribuiu, em 2020, com R$ 8,4 bilhões em impostos aos cofres dos governos brasileiros.
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