São Paulo – A ZF do Brasil é a primeira divisão da sistemista alemã a adotar o RFID, sigla em inglês para sistema de identificação por radiofrequência, em sua área de aftermarket. O projeto prevê que todas as peças de reposição saiam das linhas com etiquetas RFID nas embalagens para que se possa rastreá-las ao longo de toda a cadeia de forma quase instantânea.
A medida facilita a vida de todos os elos da cadeia: da ZF, que consegue ter uma resposta mais rápida das necessidades dos clientes, e dos próprios distribuidores, que, dentre outros fatores, ganham tempo na organização do estoque.
“Ao passar o caminhão por um portal leitor de RFID toda a carga é automaticamente detectada”, contou Everton Silva, gerente sênior de operações da ZF Aftermarket América do Sul. “O cliente ganha tempo, pois não precisará mais fazer toda a checagem do estoque, processo que leva horas, em alguns casos dias”.
Por enquanto todas as embreagens já possuem identificação com a nova tecnologia. A partir de agora começa a aceleração para adotá-la em outros produtos: "Queremos que toda a linha de reposição esteja adequada no fim do primeiro semestre do ano que vem”.
Para dar início ao projeto a ZF precisou investir em impressoras que imprimem etiquetas com RFID. O início com as embreagens foi para a fase piloto, em parceria com alguns distribuidores selecionados. A intenção, de acordo com Silva, é passar a oferecer um pacote com todas as tecnologias necessárias para adaptar o estoque de cada cliente – leitores, softwares, etc.
“Nós decidimos começar esse processo aqui e precisamos buscar aprovação da matriz. Agora eles estão interessados em saber do resultado para, eventualmente, nos consultar para replicar o projeto em outras regiões.”
O RFID é apenas um pilar do projeto, que inclui a automação do armazém: robôs com elevadores assumiram o processo de coleta das peças no estoque, por exemplo. Silva calcula que 25% das coletas já são feitas sem a interferência humana. Para o futuro, com o auxílio do RFID, será possível adotar inteligência nos estoques dos próprios distribuidores com o VMI, Vendor Managed Inventory. “Ao acompanhar em tempo real os estoques dos clientes conseguimos evitar falta de peças e até estoque excessivo. Quando notarmos, por meio da demanda que acompanharemos, que as peças estão acabando, podemos acelerar a reposição. Já estamos trabalhando com dois clientes piloto."
Outras tecnologias estão sendo adotadas no centro de distribuição para alcançar outro objetivo da ZF: zerar o consumo de papel. Tablets passaram a substituir formulários nos processos internos: “Nossa ideia é reduzir em 87% o consumo de papel. Só manteremos o que precisamos para cumprir a legislação, como as notas fiscais. Internamente, a ideia é zero papel”.
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