São Paulo — O preço das motocicletas vendidas no Brasil aumentou até 10% no ano, reflexo dos gastos maiores das empresas para produzir no País. Mesmo sem sofrer com o desabastecimento de componentes, como ocorre na indústria de veículos, as fabricantes instaladas no PIM, Polo Industrial de Manaus, sofreram com as altas nos custos das matérias-primas.
"As commodities e os componentes estão mais caros e causam impactos em toda a cadeia", disse Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. "Parte do aumento que as montadoras tiveram na produção já foi repassado aos consumidores porque não há mais o que fazer".
As motocicletas dotadas de motor de baixa cilindrada, que representam o grande volume de vendas, tiveram reajuste médio de 4% até junho, mas Fermanian lembrou que as marcas estão fazendo o que podem para que o repasse nesse segmento seja o menor possível, pois o consumidor sente mais o impacto. Já o preço das motocicletas médias e grandes aumentou de 9% a 10% no mesmo período por disporem de componentes mais tecnológicos e de maior conteúdo importado, que causaram esse incremento no custo final.
Para os próximos meses a entidade manterá o sinal de alerta ligado para alguns fatores como o custo Brasil, que dificulta a competitividade das empresas da porta para fora das fábricas, ainda mais em Manaus, AM, que sofre com a infraestrutura para o escoamento das motocicletas.
A reforma tributária é apoiada pela entidade, mas é também um ponto de atenção porque pode alterar os incentivos que as empresas recebem para produzir no PIM.
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