São Paulo – A chegada de novas marcas chinesas ao mercado brasileiro mexeu com os planos do Grupo Amazonas, fundado há 46 anos e que hoje emprega mais de 1,3 mil trabalhadores em suas 24 concessionárias. Em 2025, com o início de representação da Omoda Jaecoo, GAC Motor e Leapmotor, serão abertas sete novas revendas, todas na região da Grande São Paulo, onde o grupo estabeleceu sua atuação.
Será a maior expansão em espaço curto de tempo do grupo, que ampliará para dez o número de marcas representadas – seu portfólio inclui Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ford e Renault. Segundo Victor Viana, COO do Grupo Amazonas, serão abertas três lojas Omoda Jaecoo, duas GAC Motor e duas Leapmotor.
“Eu morei por quase dois anos na China e quase todo ano viajo para lá”, contou o executivo à Agência AutoData na recém-inaugurada loja da Omoda Jaecoo localizada na região do Brás, na Capital paulista. “Decidimos começar a representar marcas de lá porque o país vive um novo momento, entregando produtos de muita qualidade a preços competitivos, algo que o brasileiro já notou. Aquele estigma do carro chinês ruim acabou”.
As três marcas foram escolhidas por causa do planejamento apresentado ao grupo: todas elas possuem, na visão do COO, planos concretos e robustos para o mercado brasileiro. “Elas estão empenhadas com o Brasil. Marcas que vêm só com visão de importação, na nossa opinião, não são atrativas. Com a oscilação cambial existe o risco do negócio ter muitas dificuldades”.
O imóvel onde está a nova loja da Omoda Jaecoo tem, ao lado, uma revenda Fiat e uma Renault. Este será o modelo de negócio do grupo: abrir lojas parede a parede com outras marcas, com divisão de oficinas – apenas no caso das marcas Stellantis, em alguns casos, a área de manutenção é compartilhada. Viana afirmou que as lojas lado a lado aumentam o fluxo de compradores para todas as marcas.
No ano passado o Grupo Amazonas vendeu em torno de 20 mil veículos e espera crescer em torno de 20% em 2025, chegando a 24 mil unidades. Para o mercado geral, no entanto, Viana não arrisca projeção: “Acreditamos que crescerá, mas não consigo dizer se 5% ou mais”.
A onda de expansão do Grupo Amazonas não deverá parar: o COO confessou que tem interesse em representar a Geely, que prepara sua entrada no mercado brasileiro em parceria com a Renault, de quem o grupo possui representações: “É uma das maiores marcas da China e com certeza interessa. Estamos atentos à movimentação”, afirmou, confessando não saber, ainda, os pormenores da operação recém-anunciada.