São Paulo – A maior parte das empresas, e até os usuários particulares, que adotam veículos elétricos em suas frotas instalam o combo completo: além do carro, ônibus ou caminhão adquirem junto a estrutura para um recarregador e até mesmo de geração de energia. Este comportamento ajuda a minimizar uma questão que sempre vem à tona quando a eletrificação de veículos entra no debate: haverá energia suficiente? Como fazer para recarregar o veículo?
Os fornecedores de energia e de infraestrutura de recarga garantem que haverá energia e carregadores para todos. No caso da geração o tema está em voga por causa da crise hídrica, que afeta a principal matriz energética brasileira e traz a ameaça de apagões ou racionamentos.
“O consumo do carro elétrico é irrelevante para a matriz energética”, disse Francisco Scroffa, presidente da Enel X no Brasil, braço da Enel, que gera e distribui energia para alguns estados brasileiros. “É possível programar a recarga para horários alternativos, como de madrugada, quando o carro estiver parado na garagem. Não há ameaça ao sistema.”
Segundo Wilson Morais, diretor de produtos e soluções e-mobility da ABB Eletrificação para a América Latina, o consumo de energia na recarga de um automóvel é semelhante ao de um chuveiro elétrico ou ar-condicionado: “O distribuidor local coloca isso no planejamento. E existem muitos compradores que instalam em sua empresa ou residência placas fotovoltaicas, para gerar energia solar. Em muitos casos geram para o seu consumo e ainda sobra para uso no sistema”.
Morais cita outras soluções, como um banco de baterias, que pode captar a energia em horários menos concorridos, sem sobrecarga no sistema e com economia na conta de luz, e liberá-la para a recarga quando precisar. É uma solução interessante, segundo ele, para grandes frotistas e para a segunda vida da bateria.
A ABB fornece toda a infraestrutura para recarga e adaptação do imóvel para veículos elétricos. Morais disse que é grande a consulta de frotistas, que buscam trocar seus veículos a combustão por modelos elétricos para alcançar metas de redução de emissões e até reduzir os custos operacionais.
A companhia fornece, também, carregadores, e é parceira em iniciativas de corredores elétricos, como o do Grupo Volkswagen, que pretende cobrir todo o Estado de São Paulo. Neste quesito a Enel X também tem seu projeto, já dando um passo no campo da cobrança: instalou a primeira rede semipública de carregamento de veículos do Brasil.
Semipública porque a Ecovagas está acessível, somente, a usuários dos estacionamentos Estapar, presente em shopping centers, aeroportos, hospitais, arenas e prédios comerciais. São vagas exclusivas para carros elétricos, com o carregador mais rápido, que promete em três horas fornecer 80% da carga.
Será cobrada a carga, mas algumas fabricantes parceiras oferecerão o serviço de forma gratuita a seus clientes. Atualmente a Enel X firmou acordo com Mercedes-Benz, Nissan, Stellantis e Volvo Car.
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