São Paulo – O primeiro passo da Stellantis rumo à eletrificação no mercado brasileiro foi dado com o lançamento do Fiat 500e, versão 100% elétrica do compacto icônico da marca, ainda que com expectativas tímidas de volume. De início estará disponível em apenas dez concessionárias, em nove cidades, com projeção de vendas de 120 unidades até o fim do ano.
A pré-venda foi aberta na terça-feira, 3, a R$ 240 mil na versão única importada da Europa – a Icon, topo de linha no mercado europeu, cheia de tecnologias de direção assistida, conectividade e entretenimento. Os primeiros vinte clientes ganharão um carregador rápido, a ser instalado em sua residência.
A Fiat escolheu o mesmo caminho da concorrência ao optar para debutar na eletrificação por um produto compacto a preço elevado, mas com alguns diferenciais: no caso o legado do 500 no mercado nacional e seu posicionamento mais premium desde o início dos anos 2000, quando a segunda geração foi lançada na Itália e importada.
Embora Herlander Zola, seu diretor de operações comerciais para o Brasil, cite como concorrentes Renault Zoe, Nissan Leaf e Chevrolet Bolt EV, não dá para não considerar o Mini Cooper SE como rival – até pelo preço ser rigorosamente o mesmo. No fim é por esse consumidor que todos brigam: os early adopters, fascinados por novas tecnologias e que possuem bolsos mais abastados.
Ao visual clássico do 500 foram acrescentados itens tecnológicos que dão um tom mais futurista à sua versão elétrica. Na dianteira o conjunto de luzes em LED e o logo exclusivo, que substitui o tradicional Fiat. Por dentro o painel na cor do veículo, envolvido por um anel, que tem a companhia de uma central multimidia de 10 polegadas, traz a experiência de estar a bordo de um veículo de categoria superior.
O 500e é montado sobre a plataforma inédita mini-BEV. Segundo a Fiat aproveitou-se apenas 4% da geração anterior: quase tudo é novo. As baterias que movimentam o motor elétrico de 82kW, equivalente a 118 cv, têm autonomia de 320 quilômetros e podem ser recarregadas em 4 horas por uma wallbox, vendida separadamente.
Serão poucos os compradores do 500e, embora muito possivelmente mais do que os 120 estimados por Zola em 2021 – e ele garante ter condições de atender a uma demanda maior, se assim for preciso. Mas é o primeiro passo para uma faixa de mercado que, segundo o executivo, pulará dos 0,5% deste ano para algo em torno de 11% já em 2030, ou 400 mil unidades/ano.
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