São Paulo – Os trabalhadores da Fiat Betim, em Minas Gerais, aprovaram, na semana passada, proposta negociada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e Metalúrgicas e a Stellantis para eventuais layoffs na unidade, que produz os Fiat Argo, Doblò, Fiorino, Grand Siena, Mobi, Strada, Uno e o SUV Pulse, que chegará ao mercado nas próximas semanas. Não significa, necessariamente, porém, que a companhia esteja efetivamente preparando um layoff: o acordo apenas ofereceu as garantias para que isso ocorra, com contrapartidas aos trabalhadores.
De acordo com o sindicato até 6,5 mil trabalhadores, horistas ou mensalistas, de Betim poderão ter seus contratos de trabalho suspensos por dois a quatro meses até 30 de setembro de 2022, período em que o acordo está em vigor. Ganharão estabilidade pelo mesmo prazo de suspensão do contrato, após o retorno, caso sejam convocados para layoff.
O trabalhador que entrar em layoff passará por um programa de requalificação profissional, com aulas online. Quem recebe até R$ 3,5 mil terá seu salário integral: acima deste valor haverá um corte de no máximo 15% durante o período de afastamento. Não haverá alteração no valor da PLR, décimo-terceiro salário e férias.
Alex Custodio, presidente do sindicato, afirmou que em momento algum a Stellantis discutiu demissões e que a conversa fluiu no tom de preservação dos empregos: “Foram preservados todos os benefícios dos trabalhadores e trabalhadoras, minimizando ao máximo as perdas na remuneração e garantindo a integralidade do décimo-terceiro salário, férias, PLR 2021, reajustes salariais e demais”.
À reportagem a Stellantis afirmou que obteve licença para aplicar um layoff, se necessário, e que agora definirá a “melhor, mais rápida e menos custosa estratégia para resolver o problema de ajustar o ritmo de produção de carros à disponibilidade de componentes”. Ainda não há definição destes prazos, sequer dos números de trabalhadores envolvidos. Mas, agora, a empresa tem um ano para adotar a medida.
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