São Paulo – A Volvo investirá R$ 1,5 bilhão até 2025 em sua fábrica de Curitiba, PR. Trata-se do maior investimento da história da empresa no Brasil, onde se instalou há 42 anos. Embora o valor venha a ser aplicado em todo o grupo a maior parte será dedicada à área de caminhões. De acordo com o presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lirmann, 85% dos recursos serão injetados em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços e, o restante, para promover avanços na digitalização e conectividade e, ainda, na ampliação da rede de concessionários.
O anúncio feito na quarta-feira, 2, durante divulgação de resultados é motivado pelo desempenho recorde de vendas de caminhões em 2021, com 28,1 mil emplacamentos, alta de 45,7%. O aporte, na realidade, é extensão do ciclo anterior, 2020-2022, de R$ 1 bilhão.
Segundo Lirmann o novo investimento terá parcela destinada para atender à finalização da nova fase da legislação de motores Euro 6, que entrará em vigor no início do ano que vem. Então, na prática, haverá R$ 1,4 bilhão para ser utilizado de 2023 a 2025, o que incluirá o início da produção de caminhões e ônibus elétricos aqui.
Até 2025, garantiu Lirmann, “algumas centenas de caminhões elétricos estarão rodando na América Latina, inclusive no Brasil: será a nossa arrancada rumo à redução de emissões”. E, até 2030, “todos os ônibus urbanos Volvo serão elétricos”.
Mas por que a Volvo ainda não oferece modelos 100% elétricos no País? Ele respondeu que a empresa prima pela qualidade de seus produtos e pelo TCO, total cost of ownership, na tradução do inglês, custo total da posse, para que seja o melhor disponível — o que ainda não é possível.
Até 2030 50% das operações da montadora serão fossil free, ou seja, livres de combustível poluente, e, até 2040, todas as unidades do grupo estarão livres de emissões.
Segundo Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses América Latina, ainda não é possível afirmar exatamente quando o chassi 100% elétrico, que já é comercializado na Inglaterra e na Austrália, por exemplo, chegará à América Latina e ao Brasil, mas que “é uma questão de tempo”: “Somos pioneiros em híbridos na região. Desde 2012 temos ônibus com essa tecnologia rodando por aqui”.
O que é possível afirmar, segundo Todeschini, é que o primeiro ônibus elétrico Volvo será urbano, pois os trajetos são mais curtos, de até 250 quilômetros, e os circuitos, repetitivos, o que é mais viável devido à autonomia das baterias e disponibilidade de infraestrutura: “Nos modelos rodoviários o diesel deverá imperar por um tempo ainda”.
Antes de aportar em território brasileiro, no entanto, o chassi 100% elétrico passará por Santiago, Chile, onde desde janeiro já vem sendo testado. E, no primeiro semestre, deverá ser levado a Bogotá, Colômbia. O modelo, BZL, de piso baixo, é diferente do considerado ideal para o País, de piso alto, BZR, observou Todeschini.
Na Europa a Volvo detém 42% de market share do segmento elétrico, onde já existe linha completa de produtos disponíveis.
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