São Paulo — Fortalecer a cadeia de fornecimento e localizar mais peças são movimentos fundamentais para atender às novas oportunidades de exportação que fabricantes de máquinas agrícolas, máquinas de construção, caminhões e ônibus esperam para o futuro. O tema foi debatido por Claudio Henrique Bretz Brizon, diretor de compras da CNH Industrial, e por Matthias Kaeding, diretor de compras da Mercedes-Benz, durante o segundo dia do Seminário Megatendências 2022, realizado por AutoData.
De acordo com Brizon as cadeias de fornecimento da Europa e dos Estados Unidos estão bastante saturadas, ao mesmo tempo em que os volumes estão crescendo, movimento que poderá atrair parte da produção para o Brasil:
“É uma oportunidade de produzirmos mais aqui. Já identificamos potenciais gargalos a curto, médio e longo prazos, e vemos a oportunidade de transferir a produção para o Brasil”.
Mas para atender a esse movimento, junto com o aumento da demanda na América Latina, o executivo informou aos seus fornecedores que será necessário investir em tecnologias e processos, para ter mais robustez e capacidade em suas operações. O diretor disse que conversou sobre o tema com sua cadeia de fornecimento instalada no Brasil em reunião realizada na terça-feira, 15, para debater avanços na nacionalização:
“Conversei com eles pela manhã e informei que já foi identificado como potenciais novos negócios de localização algo em torno de US$ 20 milhões a R$ 25 milhões. Eles precisam confiar nos volumes de produção que projetamos”.
Kaeding, diretor da Mercedes-Benz, acredita que novas oportunidades de exportação deverão surgir para as montadoras de caminhões e ônibus instaladas no Brasil, porém sua cadeia de fornecimento precisará investir e correr mais riscos para conseguir acompanhar essa evolução dos embarques junto com a demanda interna:
“Reforço também que junto com a nacionalização os fornecedores precisam avançar em capacidade e eficiência. Acredito que juntos podemos atingir volumes maiores de exportação, mas a nossa cadeia de fornecimento precisa confiar e arriscar um pouco mais”.
Kaeding também disse que um ponto-chave será a maior rapidez na nacionalização de componentes e novas tecnologias. Atualmente a Mercedes-Benz trabalha com média de 70% de nacionalização, com expectativa de avançar mais 5% até 2023.