São Paulo – Em fevereiro de 2019 a Volkswagen introduziu em seu portfólio o T-Cross, seu primeiro SUV com produção na América do Sul. Ainda que atrasada, pois via o segmento crescer sem poder participar com produto competitivo, a empresa entrava naquele que acreditava ser o futuro do mercado brasileiro, de onde viria a maior parcela de crescimento nos anos seguintes.
Passados três anos podemos concluir que a companhia não estava errada. Apesar de o mercado, atualmente, não estar andando em seu ritmo normal e haver alguma distorção por causa das paradas nas linhas por causa da falta de semicondutores, que geram desabastecimento nas redes concessionárias, o segmento SUV já é o de maior volume de vendas. E, no portfólio Volkswagen, os SUVs já vendem mais do que os demais carros.
Ao fim do bimestre os emplacamentos registraram 8,9 mil T-Cross, 3,8 mil Nivus e 1,6 mil Taos. Foram 14,3 mil SUVs Volkswagen comercializados, e 24,6 mil veículos da marca licenciados no País. Ou seja: 58% dos Volkswagen aqui vendidos foram SUV.
O T-Cross foi, também, o Volkswagen mais vendido do mercado brasileiro no bimestre, à frente do Gol, que tradicionalmente ocupa este posto.
Esta guinada na direção dos SUVs por uma empresa que tem historicamente como símbolo carros extremamente populares dentre os brasileiros, como o Fusca e o Gol, traz efeitos positivos também nos resultados financeiros: a América do Sul registrou lucro no ano passado, revertendo sucessivos anos com prejuízo.
“2021 foi o ano da virada”, disse o presidente Pablo Di Si na apresentação dos resultados financeiros globais. “Fechamos com rentabilidade e fluxo de caixa positivos. Graças à melhora do nosso portfólio, aliada à redução dos custos fixos e ao ajuste na capacidade de nossas seis fábricas na região”.
O VW Play, sistema de infotainment desenvolvido pela engenharia local e exportado para setenta países, também colaborou com as finanças locais. Di Si afirmou que espera um bom desempenho também em 2022, puxado novamente pelos SUVs e pelas picapes.
Consolidada sua posição no presente a Volkswagen começa a pensar no futuro. No ano que vem fará um movimento que lembrará o seu passado, com o lançamento do Polo Track, o substituto do Gol e do Fox. Um ataque àquele segmento que tão conhece bem, o dos hatches compactos. Mas, agora, sem deixar os SUVs de lado.