São Paulo – Enquanto testa seu próprio ônibus 100% elétrico em operações em São Bernardo do Campo, SP, a Scania projeta colocar seu nome no mapa da eletrificação do segmento, em um primeiro momento, por meio de parceria com a Eletra, para a qual já fornece chassis para trólebus.
Diante da demanda da SPTrans, que abriu licitação a fim de cumprir meta de colocar em circulação em São Paulo, até o fim de 2023, em torno de 1,5 mil unidades movidas a bateria, e contando com o fato de que a faixa de 15 m apenas a própria Scania fornece, a expectativa é a de vender de quatrocentas a quinhentas unidades para a agora vizinha Eletra, que adapta chassis tradicionais de motor movidos a combustão interna para rodarem com tração elétrica.
Foi o que estimou Silvio Munhoz, agora diretor geral de operações comerciais no Brasil, durante sua primeira entrevista à imprensa no cargo, durante a Lat.Bus. Para a diretoria de vendas de soluções, seu antigo posto, ainda não foi anunciado novo nome e, por enquanto, ele acumula as funções.
Segundo Munhoz o veículo elétrico que substituirá o articulado de 18 m deverá, futuramente, reduzir o custo para o passageiro. O entrave, por ora, está no fato de que os operadores não dispões de linha específica de financiamento para a aquisição desses ônibus, que custam de três a quatro vezes o valor de um movido a combustão.
Como esse chassi não tem semicondutores, afirmou Munhoz, não está sujeito à disponibilidade de componentes para que seja entregue à Eletra:
“Estamos prontos para entregar os veículos. O chassi leva em torno de duas semanas para ficar pronto. Somando o fato de que ele precisa receber o motor elétrico e ser encarroçado o período total para sua entrega é de cerca de dois meses”.
Nova geração – Em paralelo a isso a Scania prepara a Linha K, nova geração de ônibus urbanos e rodoviários, que promete reduzir o consumo de combustível de 8% a 10% e que chegará ao mercado no ano que vem.
Hoje, em São Bernardo, a empresa produz 100% de chassis de ônibus a diesel. No caso dos caminhões 8% são a gás. Mas Munhoz afirmou que estão prontos para entregar também veículos com novas tecnologias de propulsão, a depender da demanda, uma vez que os movidos a gás custam de 20% a 25% mais caro.
Na Europa atualmente 60% dos ônibus são a diesel, 30% a gás e 10% elétricos.