São Paulo – As vendas de caminhões, em setembro, ficaram aquém em todos os comparativos — mensal, anual e no acumulado do ano. No entanto, como parte do otimismo da Fenabrave para a reta final de 2022, e diante da expectativa de antecipação de compras devido à mudança de motorização, a projeção, que era de empatar com o ano passado, com 127,3 mil, agora volta a ser de crescer 7,3%, com 136,6 mil emplacamentos, apesar de a entidade não ter modificado a projeção oficial refeita em julho, que prevê empate com 2021.
Os 11 mil 91 veículos comercializados no mês passado demonstram queda de 4% ante setembro de 2021, que registrou 11 mil 555 unidades. Na comparação com agosto, quando foram vendidos 12 mil 297 caminhões, o recuo foi de 9,8%. No acumulado do ano os 92 mil 16 emplacamentos demonstraram redução de 1,8%.
Para o diretor executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, “a tendência é zerar essa diferença, o que indica que nossas projeções estão bem calibradas, e então começar a crescer”.
O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, justificou essa queda de setembro pela escassez de semicondutores e componentes que ainda afeta o setor. Ele, entretanto, afirmou que diante de uma possível antecipação de compras que é esperada por causa da mudança de motorização para o Euro 6 a partir de janeiro, os meses de outubro, novembro e dezembro deverão trazer aumento da procura por modelos Euro 5 – que embora possam ser fabricados só até 31 de dezembro têm a possibilidade de venda estendida até 31 de março. No entanto a indústria até o momento não conseguiu produzir o suficiente para formar estoques de modelos Euro 5, o que limita as compras.
Franciulli complementou que o custo será o principal motivador para as compras: “Arrisco dizer que o que sai do escapamento dos caminhões com motorização Euro 6 deve ser mais limpo do que o ar de São Paulo. Mas isso tem um preço. Os modelos Euro 6 custarão de 20% a 25% mais do que os Euro 5”.
Represamento – As vendas de ônibus 0 KM dispararam em setembro, ao somar 2 mil 436 unidades, aumento de 111,6% em comparação ao mesmo mês em 2021. Ante agosto, quando foram emplacadas 2 mil 50, também houve incremento de 18,8%. No acumulado do ano as 15 mil 235 unidades comercializadas representam alta de 11,6% ante período de janeiro a setembro do ano passado.
Para Franciulli “trata-se de um setor que vive de encomendas, que possivelmente ficaram represadas com a concentração do faturamento em setembro”. A expectativa é que as compras aumentem com licitações de prefeituras em andamento para a renovação da frota no setor urbano, assim como no segmento rodoviário, com a retomada do turismo.
Dentro da possível retomada das projeções realizadas no início do ano é esperado que os emplacamentos de ônibus encerrem 2022 com 19 mil 130 unidades, o que representará incremento de 8% sobre o acumulado do ano passado. Anteriormente era esperada alta de 2,8%, totalizando 18 mil 200 veículos.