São Paulo – Se em 2022 a Scania, por problemas de desabastecimento e descompasso na cadeia de fornecimento, precisou produzir doze meses em sete, fazer o mesmo com um pouco mais de prazo torna-se uma tarefa menos complicada. E foi essa a projeção que Christopher Podgorski, seu presidente para a América Latina, divulgou para o ano que vem em sua participação no Congresso AutoData Perspectivas 2023, realizado de forma online até a sexta-feira, 28.
Segundo ele a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, parará por um mês, em janeiro, para adequar as linhas de produção aos processos produtivos das tecnologias Euro 6, que entram em linha a partir de fevereiro. São novos motores, eixos e transmissão, alinhados com o que é oferecido na Europa, e que equiparão os caminhões comercializados no Brasil.
Para os exportados, especialmente para a América Latina, seguirão sendo produzidos os de tecnologia Euro 5. Mas, com a subida de nível tecnológico das linhas de produção nacionais, a Scania América Latina está apta também a entregar caminhões para mercados mais maduros, se assim for demandado.
“Nosso nível de exportação é de cerca de 35% da produção, mas estamos prontos para elevar o volume se assim for demandado.”
Pela força de suas exportações a Scania não espera, ao menos para sua produção, um recuo do ritmo por causa da entrada em vigor das tecnologias que permitem aos motores se adequar à nova fase P8 do Proconve, equivalente ao Euro 6. Do Brasil, disse Podgorski, há ainda bons ventos vindo do agronegócio, com sua safra de mais de 300 milhões de toneladas de grãos que precisará ser transportada.
Mas novos soluços na cadeia podem atrapalhar a programação: “Esperamos previsibilidade e estabilidade de nossos fornecedores. Ainda podemos ter algum problema, em especial dos semicondutores, mas tudo leva a crer que o pior dessa crise já passou”.