São Paulo – Com demanda reduzida no primeiro quadrimestre por causa da nova norma de emissões Proconve P8, que introduziu tecnologias Euro 6 nos veículos, a indústria de caminhões negocia com o governo medidas que possam ajudar a impulsionar as vendas. De janeiro a abril a produção recuou 28,6% e os emplacamentos, embora empatados com o mesmo período do ano passado, foram majoritariamente de produtos Euro 5 ainda em estoque. Simone Montagna, presidente das operações comerciais da Scania do Brasil, disse que esperava que alguma coisa fosse anunciada na quinta-feira, 25, na ocasião do Dia da Indústria, junto com as medidas para os leves, mas ainda não perdeu a esperança.
“Ainda estamos esperando e conversando com o governo. O ano começou difícil, o cliente estava receoso em fechar negócio, adiando a decisão. A situação melhorou um pouco em maio, mas ainda temos crédito caro e difícil”.
Segundo ele o CDC vem respondendo por 90% das vendas dos caminhões Scania que, na transição do Euro 5 para o Euro 6, encareceram pelo menos 20%: “O financiamento do BNDES não está compensando. E começamos o ano em um cenário adverso, com encarecimento por causa da nova tecnologia e transição do governo, que trouxe algumas incertezas aos mercados”.
No meio deste furacão Montagna assumiu, em março, a presidência das operações comerciais da Scania no Brasil. O italiano estava na Rússia, onde, há poucos meses, vendeu a operação de caminhões para um grupo concessionário local. Já havia passado pelo País anteriormente, como presidente do Banco Scania em 2009. Tem um filho brasileiro e uma esposa russa – antes dessa passagem trabalhou na Rússia de 2006 a 2009, após iniciar a carreira na Scania na Itália.
Disse que um dos desafios nessa nova passagem pelo Brasil, que espera ser longa, é integrar melhor todos os serviços que a Scania oferece na hora da venda: “Temos serviços financeiros, de manutenção, o próprio caminhão. Temos que fazer com que o vendedor negocie o pacote completo com o cliente”.
Sua expectativa para o mercado brasileiro de caminhões é semelhante à da Anfavea, com queda de 11% a 12% com relação ao ano passado.