São Paulo – No ano em que celebra 25 anos no Brasil a Iveco comemora também o fato de praticamente triplicar suas vendas de 2019 a 2022, diante da expectativa de encerrar o ano com 30 mil unidades emplacadas. Isso apesar da pandemia, da guerra na Ucrânia e da crise de abastecimento.
E esse otimismo se mantém para 2023, segundo disse seu presidente Márcio Querichelli durante apresentação no terceiro dia do Congresso Perspectivas 2023, realizado de forma online pela AutoData Editora até sexta-feira, 28. Embora ele projete queda de 10% a 15% no mercado, a Iveco deverá seguir pela contramão e manter seu plano de crescimento:
“Estamos bem preparados para a transição ao Euro 6, e apesar dos problemas na cadeia de fornecimento e de o mercado estar com tendência de redução, projetamos continuar crescendo de maneira sustentável”.
O otimismo também decorre do fato de que, embora caminhões e ônibus sofram incremento de custo em 2023 por causa do Proconve P8, parcela de produtos de seu portfólio já passou pela atualização das regras de emissões ao atender o Proconve L7, aplicado a unidades de até 3,5 toneladas, no início do ano.
É o caso de veículos da linha Daily, carro-chefe da empresa, disponível também nas versões 4,5 toneladas e 6,5 toneladas, estes sim, os que receberão motores de acordo com o Euro 6 a partir de janeiro. Sendo assim parte do aumento na conta da tecnologia para reduzir emissões já foi assimilado.
Com relação aos ônibus ele estimou que de 40% a 45% do volume comercializado em 2022 foi decorrente de licitações, o que contribuiu para o recorde de vendas de 3 mil unidades este ano.
“Há muita demanda reprimida que começou na pandemia, pois o mercado de ônibus praticamente parou e não voltou ao patamar de 2019. Mas, por outro lado, vemos antecipação de compras e seguimos dependendo de licitações. Então a resultante dessa equação para o ano que vem ainda é imprevisível.”
Querichelli disse que a companhia vem reposicionando a marca de maneira sólida e, portanto, garantiu que o produto Iveco tem ampliado sua aceitação ao mesmo tempo em que os concessionários também vêm, segundo ele, investindo, contratando e treinando mais.
“Este tem sido o melhor ano da história da Iveco no Brasil, com alta de 26% nas vendas de janeiro a setembro, logo quando o mercado caiu 1%. Acreditamos que existe ainda bastante espaço para seguirmos crescendo em todos os segmentos. O desempenho e a qualidade dos nossos produtos têm melhorado continuamente.”
Márcio Querichelli atribuiu a alta nas vendas e o market share acima de dois dígitos também à reorganização da empresa, que contou com o spin off da CNH Industrial, o que permitiu ao Grupo Iveco focar nas operações comerciais.