São Paulo – Só aumenta a lista de empresas que sentem a queda na demanda e reagem com medidas de ajuste na produção e impacto no emprego. Depois de Volkswagen, General Motors, Stellantis, Hyundai e Mercedes-Benz, que anunciaram férias coletivas como medida para equilibrar a baixa procura, agora é a vez da Scania se manifestar.
A empresa, no entanto, não concederá férias coletivas, como as outras cinco afetadas também pela escassez de crédito e pelos juros elevados que afastam o consumidor do 0 KM. Diante do cenário, que tem agravante adicional no caso dos caminhões e ônibus por causa da mudança na motorização para Euro 6, que elevou o preço dos veículos de 20% a 30%, a Scania optou por não renovar parte dos contratos de trabalho temporários em sua fábrica de São Bernardo do Campo, SP:
“A Scania informa que fará uso do seu acordo de flexibilidade com o SUR, Sistema Único de Representação, dos colaboradores, para ajustes no volume de produção e não renovará parte dos contratos de trabalho vigentes até o mês de abril de 2023”.
A montadora não informou quantos trabalhadores serão dispensados. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Caramelo, representante da entidade na Scania, também não informou o número de cortes, apenas justificou o que levou às demissões:
“Esses desligamentos refletem a ausência de políticas específicas para o setor, assim como de contrapartidas aos trabalhadores nos últimos anos. Cenário agravado pela falta de peças, pela antecipação das vendas em 2022 devido à entrada em vigor da legislação do Euro 6 e, principalmente, em razão da redução da produção de caminhões por falta de financiamentos, da queda no consumo e das altas nas taxas de juros em nosso País”.
Novas férias coletivas não são cogitadas por ora, pelos próximos dois meses, pelo menos, de acordo com Caramelo. Em janeiro a produção ficou parada para manutenção e implementação da tecnologia do Euro 6.
Cerca de 5 mil funcionários trabalham na fábrica da Scania de São Bernardo do Campo.