São Paulo – Considerado por José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, como emergencial, o pacote de descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil concedido pelo governo para carros de até R$ 120 mil gerou “um resultado muito positivo”, na avaliação do empresário. Ele não o considera, porém, suficiente para manter os volumes do mercado brasileiro em alta. Tanto que a equipe técnica da entidade já trabalha em um novo programa, que será apresentado em breve para o governo.
“Nós tínhamos um paciente em estado grave e precisávamos de algo para manter o coração funcionando. O pacote atendeu a esta necessidade, fez o coração continuar batendo. Agora precisamos de uma proposta para alavancar as vendas no longo prazo, com foco no consumidor, que seja bom para as concessionárias, para as montadoras, para os fornecedores, para os bancos e para o governo, que consiga manter a arrecadação com aumento do volume de vendas.”
Sem dar pormenores, alegando ainda estar em fase de estudo, Andreta disse que mais medidas são necessárias para manter as vendas em um mercado que segue em momento delicado. Ele disse acreditar que o governo está sensível para as demandas da indústria: “O primeiro passo foi dado, mantivemos o coração batendo. Agora precisamos dar sequência. Queremos apresentar ao governo o mais rápido possível”.
Segundo o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, R$ 710 milhões, de um total de R$ 800 milhões, foram liberados para o segmento leve até a manhã da segunda-feira, 3. Com a entrada das locadoras no programa a quantia deverá terminar nos próximos dias.
Sem o programa, segundo Andreta, as vendas em junho teriam sido um desastre: “Certamente estaríamos revisando para baixo as projeções de vendas para o ano. Mas mantivemos o divulgado em janeiro, de estabilidade com relação ao volume do ano passado”.
De um total de 179,7 mil automóveis e comerciais leves comercializados, alta de 8,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, 102,7 mil foram faturados para pessoas físicas, alta de 27,1%, e 76,9 mil tiveram faturamento direto, queda de 9%: “Demorou um tempo para que as vendas fossem transformadas em emplacamentos. Ainda há carros com desconto nos estoques das concessionárias e as locadoras só entraram no programa no fim do mês”.
Andreta projeta um julho forte, talvez com o maior volume de vendas no ano. Só no primeiro dia útil, a segunda-feira, 3, foram registradas 11,3 mil unidades, crescimento de 75,7% sobre o mesmo período do ano passado.