Stellantis e Volkswagen já apresentaram novas listas de preços majoradas em 7,5%
São Paulo – Nos últimos dias de julho o ministro da Economia da Argentina e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Massa, anunciou pacote fiscal no âmbito das negociações com o FMI que tem como objetivo controlar a crise de inflação, déficit e dívida, mas que, como efeito colateral, já começou a trazer impacto sobre os preços dos veículos.
Massa convencionou a extensão do imposto PAIS, Para uma Argentina Inclusiva e Solidária, à lista de bens e serviços importados que inclui, a partir de agora, automóveis, comerciais leves, caminhões e motos produzidos fora do País.
Sendo assim todos os veículos importados, mesmo os do Mercosul e, portanto, do Brasil, pagarão imposto nacional de 7,5%. Isto levará a carga tributária sobre veículos na Argentina a níveis recordes.
A exceção fica por conta de veículos luxuosos, como Ferrari, Porsche, Maserati, Lotus e os modelos mais caros de BMW, Audi e Mercedes-Benz, por exemplo. De acordo com o ministro, que não entrou em pormenores, esses bens já pagariam impostos suficientes para somar mais um, uma vez que eles estão encaixados em uma segunda escala de tributos.
De acordo com informações do Autoblog, montadoras como Stellantis e Volkswagen já divulgaram uma segunda tabela de preços com o reajuste com base no imposto. Como o tributo é aplicado, inclusive, às peças importadas de veículos fabricados localmente, o reflexo nos valores deverá ser sentido mesmo em carros produzidos na Argentina.
No caso da Volkswagen não somente Polo, Virtus, Nivus, T-Cross e Saveiro, embarcados desde o Brasil, encareceram, como também Taos e Amarok, produzidos em Pacheco, devido ao fato de possuírem grande número de componentes importados.
O mesmo ocorre com a Stellantis, o que traz impacto não somente sobre modelos fabricados no Brasil, como Jeep Renegade e Fiat Pulse, como os produzidos na Argentina, caso do Fiat Cronos, em Córdoba, e do Peugeot 208, em El Palomar.
O imposto PAIS é aplicado sobre a cotação do dólar oficial, que é o adotado pelas montadoras para importar carros e peças. Esse dólar oficial, a partir de agora, tem sobretaxa de 7,5%. Outra exceção fica por conta de peças importadas utilizadas em veículos que serão montados na Argentina destinados à exportação, o sistema drawback – ou seja, não deverá afetar no preço do modelo produzido na Argentina vendido no Brasil.
Além do encarecimento provocado pela aplicação do PAIS a Argentina sofrerá, a partir de setembro, alteração de seus impostos internos, fator que poderá distorcer ainda mais os preços dos veículos vendidos no país vizinho. Este choque fiscal ocorrerá após as eleições primárias na Argentina, marcadas para 13 de agosto, em que Massa busca ser o candidato mais votado.