No acumulado do ano volume fabricado praticamente empata com 2022
São Paulo – Sem paradas nas montadoras em agosto a produção deu um salto e somou 227 mil veículos, 24% acima do registrado em julho, 183 mil unidades. O volume volta ao patamar de maio, mês que antecedeu o anúncio do programa de incentivo do governo à venda de veículos de até R$ 120 mil, com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, quando foram produzidas 228 mil unidades.
Segundo o que afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante entrevista coletiva à imprensa na terça-feira, 5, o quinto mês do ano foi marcado por reforço na fabricação a fim de aproveitar o que seria anunciado em junho, embora ainda não se soubesse exatamente o teor da medida.
“A ausência de paradas de fábricas é sinal muito positivo em razão do que vínhamos vivendo nos últimos anos e meses.”
Na comparação com agosto de 2022, porém, quando saíram das linhas de produção 238 mil veículos, tem-se recuo de 4,6%. Leite lembrou que aquele mês no ano passado foi chave porque, diante das férias de países da Europa e dos Estados Unidos, e em meio à crise de semicondutores, acabou sobrando mais componentes para o Brasil, que aproveitou para acelerar a produção e “o País ficou no oceano azul”.
No acumulado do ano foram fabricadas 1 milhão 542 mil unidades, leve alta de 0,4% frente ao período janeiro a agosto de 2022, 1 milhão 479 mil veículos, o que o dirigente classificou como estabilidade.
Com relação aos estoques no mês passado havia 244,7 mil unidades nas montadoras e concessionárias, o equivalente a 35 dias de vendas. Em julho a quantidade de veículos prontos era de 198,8 mil, sendo necessários 29 dias para a desova das unidades.
“Em agosto, historicamente, considerando os últimos três anos antes da pandemia, 2017, 2018 e 2019, é normal haver aumento de estoque. Até para se prepararem para o segundo semestre, além de ser período de férias em países do Hemisfério Norte quando, portanto, há maior disponibilidade de insumos e componentes para o Brasil.”
Leite complementou que a quantidade está alinhada ao que a entidade esperava para o período e em volume inferior ao cenário de pré-pandemia.
Quanto aos empregos, em linha com o dado macroeconômico de que o índice de desemprego caiu ao menor patamar desde 2014, para 7,9% no segundo trimestre, as montadoras estão com 100,1 mil empregados, leve alta de 0,5% frente a julho. Em comparação a agosto de 2022, porém, o número está 3,3% abaixo. Na cadeia automotiva o número de funcionários chega a 1,2 milhão, segundo o presidente.