São Paulo – Para a General Motors o mercado brasileiro de veículos elétricos deve permanecer aberto por mais alguns anos, com o imposto zerado para a importação de carros movidos a bateria. Segundo Daniel Caramori, gerente de assuntos institucionais da companhia, quando o segmento alcançar 5% de participação de mercado talvez seja interessante o retorno das taxas aos 35%, para incentivar a produção local.
“5% é um índice mágico, pela experiência de outros mercados mais maduros”, afirmou Caramori à Agência AutoData durante o VE Latino Americano, o salão dos elétricos. “Talvez quando chegarmos a este índice os investimentos para avançar com a localização se tornem mais justificáveis para as matrizes.”
Os 100% elétricos, em setembro, alcançaram a sua maior participação histórica no mercado brasileiro: 1%, ainda bem distante dos 5% citados pelo executivo da GM. No acumulado do ano chegam a 0,5% de participação nas vendas.
“Nosso mercado de veículos elétricos ainda é muito pequeno para ser fechado. Precisamos continuar importando sem imposto para que ocorra o crescimento e o desenvolvimento da infraestrutura necessária”.
Embora a GM não tenha planos de híbridos flex Caramori disse que o etanol é alternativa interessante para o período de transição para colaborar com a descarbonização da frota brasileira. Mas no longo prazo, continuou, a produção de elétricos precisa avançar para que o Brasil não fique deslocado da indústria global: “Com uma base produtiva podemos atender às demandas internas e da América do Sul, por exemplo”.
Caramori disse ainda que tem a expectativa de que o Mobilidade Verde seja publicado em breve pelo governo. O executivo da GM disse também ser contrário à renovação dos incentivos do Regime do Nordeste, que vigoram até o fim de 2025, e à discussão para estendê-los até 2032. Para ele a reforma tributária, que está em andamento no Congresso, busca a igualdade dos estados.