Volume de vendas e média diária só ficaram abaixo de julho, quando as vendas foram impulsionadas pelo programa de descontos do governo federal
São Paulo – As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus registraram, em outubro, 217,8 mil unidades, segundo divulgou a Fenabrave na quarta-feira, 1º. O resultado mensal é o segundo melhor para o ano, atrás apenas de julho, quando os emplacamentos somaram 225,6 mil unidades incentivados pelos descontos concedidos pelo governo a partir da MP 1 175.
Com relação ao mesmo mês do ano passado, 180,9 mil licenciamentos, as vendas cresceram 20,4%. Na comparação com setembro, 197,7 mil unidades, a alta foi de 10,1%.
Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, o dia útil a mais em outubro, 21 contra vinte em setembro, favoreceu o desempenho do mercado. A média diária chegou a 10,4 mil unidades, também inferior apenas às 10,7 mil/dia de julho. Em outubro do ano passado foi registrado emplacamento médio diário de 8 mil veículos e, em setembro, de 9,9 mil.
O segmento de automóveis e comerciais leves puxou o crescimento em outubro, com alta de 10,3% na comparação mensal e de 22,7% na anual, somando 206,7 mil unidades. No acumulado do ano foram vendidos 1 milhão 741 mil veículos leves, alta de 11,4%: “Se alcançarmos a escala necessária poderemos expandir o mercado em 2024. Para isto necessitamos de uma política permanente para o setor”.
Por causa do dia útil a mais as vendas de caminhões apresentaram crescimento na comparação com setembro, mas com volume negativo com relação a outubro do ano passado e no acumulado do ano. No mês passado foram vendidos 9,2 mil caminhões, alta de 8,4% e queda de 13,5%, respectivamente. De janeiro a outubro o recuo chegou a 17,1%, com 85 mil unidades comercializadas.
O segmento de ônibus registrou avanço de 5,3% na comparação mensal e de 5% na anual, com 1,9 mil unidades. No acumulado do ano o crescimento foi de 21,9%, somando 20,8 mil unidades.
Veto à retomada extrajudicial do veículo
Em nota Andreta lamentou, também, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao trecho que previa retomada de veículos de forma extrajudicial, como previa o Marco Legal das Garantias, lei 14 711, aprovado pelo Congresso. É um tema que sempre foi defendido pela Fenabrave que, avalia, pode ajudar a reduzir o custo do crédito para o setor por tornar a recuperação do bem mais facilitada.
“O custo do crédito afeta o poder de compra dos brasileiros e precisamos de mecanismos que dêem mais segurança jurídica aos credores para que, desta forma, seja avaliada a possibilidade de diminuir os encargos dos financiamentos. Precisamos de medidas de estímulo ao crédito no País e tínhamos a confiança de que o Marco Legal das Garantias pudesse contribuir”, disse Andreta. “O setor de distribuição de veículos precisa de escala no varejo para operar de forma sustentada e a Lei de Retomada do Bem seria uma forte aliada, reduzindo a restrição de aprovação das fichas cadastrais nos financiamentos dos veículos. Quem mais sofre com este veto são os consumidores.”