Itupeva, SP – Depois da Volkswagen Caminhões e Ônibus e da Volvo chegou a vez de a Scania oferecer seu serviço de locação de caminhões. Atenta à demanda que essa modalidade pode gerar, principalmente em período de mudança de motorização, pois o Euro 6 começará a vigorar em janeiro, e junto com a redução de emissões vem o aumento de preços, a empresa anunciou a Scania Locadora.
Informações preliminares do programa de assinatura foram divulgadas durante evento de apresentação dos modelos Euro 6 e do lançamento da linha Super, que promete redução adicional no consumo de diesel em até 8%. Os modelos da nova linha, inclusive, e os veículos a gás serão oferecidos.
A locação será possível a partir de uma unidade com contratos que variam de 24 a 60 meses. Serão oferecidos, também, gestão inteligente com serviços da marca e soluções em seguro. Mais pormenores sobre os planos, como os valores de assinatura, serão apresentados na segunda quinzena de outubro, quando os preços dos veículos 2023 serão definidos.
A locação de caminhões será ofertada a partir da Fenatran, de 7 a 11 de novembro, e nas concessionárias que tiverem interesse em comercializar o novo produto. As entregas terão início em fevereiro, quando a Scania já terá em oferta unidades do modelo Euro 6.
Perfil do cliente – Sílvio Munhoz, diretor geral de operações comerciais no Brasil, contextualizou que, embora os proprietários de companhias de transporte de cargas, que as fundaram há sessenta ou setenta anos, tenham apego à propriedade do bem, as novas gerações pensam de forma diferente e buscam mais flexibilidade.
Além disso lembrou que a modalidade pode atender, também, ao caminhoneiro que busca desafogar suas receitas:
“Se o transportador possui contratos de média duração e tem processos de negociação estáveis, ele não vai alugar, vai comprar. Porém, quando há instabilidade e ele sabe que o contrato vai durar dois anos, por exemplo, e a certeza de remuneração é baixa, ele não vai arriscar seu capital. Sem falar que existe uma guerra de fretes no mercado e muito transportador que não conhece a locação acaba comprando ao imaginar que terá outro contrato, mas, quando isso não ocorre, ele baixa o valor do frete para conseguir arcar com a parcela do financiamento”.
Na Europa a Scania pratica a modalidade há três décadas mas a proposta do serviço e o objetivo de quem o busca é diferente. Quando se fala em aluguel pensa-se em curtíssimo prazo, de no máximo seis meses:
“O perfil é bem distinto do brasileiro. Atende um profissional que tenha um serviço temporário e aluga o veículo por alguns meses, tanto que lá é chamado de leasing operacional. E 80% dos 6 mil caminhões são leasing operacional. No Brasil a assinatura é uma forma de aliviar seu balanço e ter mais crédito no banco, um grande problema das transportadoras”.
Munhoz disse que no País se trata também de processo cultural que tende a ganhar espaço com o passar do tempo, como uma tendência que veio para ficar: “Aqui o caminhão usado é supervalorizado, é um bom negócio vender depois de três anos de uso. Nossa postura estratégica, portanto, é continuar vendendo a quem quiser comprar. E oferecer a opção de locação às terceiras, quartas gerações, ou àqueles que querem alternativa para aliviar a parte do balanço fiscal”.