São Paulo – Foram produzidos no primeiro bimestre 3,9 mil chassis de ônibus, volume 88% superior ao do mesmo período do ano passado, 2,1 mil unidades. O volume supera, ainda, as produções de 2022, 3,3 mil unidades, e de 2021, 3 mil.
“Sem dúvida esse é um dado que precisamos olhar mais atentamente e também comemorar: afinal de contas é superior à média do segmento”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, durante a divulgação do balanço da entidade na quinta-feira, 7.
Em fevereiro foram fabricados 2,3 mil chassis, alta de 78% com relação ao mesmo mês em 2023, em que 1,3 mil unidades foram produzidas, e incremento de 42,1% ante janeiro, 1,6 mil unidades.
Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, analisou que o expressivo crescimento sobre 2023 tem a mesma explicação dada ao crescimento do segmento de caminhões, que desempenhou movimento na mesma direção. Deve-se ao fato de que, à época, estava sendo introduzida a nova tecnologia de motorização Euro 6, ao mesmo tempo em que as montadoras ainda podiam comercializar modelos Euro 5, com diferença de preços de 15% a 25%.
Ou seja: a produção seguiu ritmo mais lento a partir da antecipação de compras de Euro 5, iniciada no fim de 2022, e no começo do ano passado as fábricas concederam férias coletivas a fim de preparar as unidades para a produção de Euro 6, que começou efetivamente, em muitos casos, em fevereiro.
Justamente por haver esta corrida em busca de ônibus Euro 5 o comparativo anual das vendas, considerando o primeiro bimestre, mostra queda de 31,8%, com 2,5 mil emplacamentos em 2024 versus 3,6 mil em 2023: “Também contribuiu o fato de que no início do ano passado grande lote do Caminho da Escola estava sendo entregue”.
Somente em fevereiro foram vendidos 1,3 mil ônibus, 31% abaixo do número do segundo mês de 2023, de 1,9 mil unidades. Com relação a janeiro, no entanto, quando as vendas somaram 1,2 mil unidades, houve aumento de 16,2%.
Segundo Lima Leite há algumas razões para que esse movimento continue: “Estamos apostando que o programa Caminho da Escola, ao se consolidar este ano, ou mesmo as eleições municipais que se avizinham, são fatores que podem acelerar não apenas o mercado como nossa produção local”.
Freitas complementou que fator adicional à renovação e expansão de frota é o PAC Seleções, que totaliza recursos de R$ 65,2 bilhões, em torno do qual há a expectativa de que seja anunciada a aquisição de ônibus para o transporte escolar.
Quanto à exportação os 470 ônibus embarcados no primeiro bimestre estão 20,7% abaixo do mesmo período do ano passado. Porém quando se analisa somente fevereiro, em que 357 unidades foram vendidas a outros países, é verificado aumento de 216% ante janeiro, que contou com 113 unidades e de 17,8% com relação ao mesmo mês em 2023, com 303 unidades.