Desempenho do primeiro semestre fez com que números, divulgados no ano passado, fossem revisados
São Paulo – Passado o primeiro semestre com avanço próximo a 15% nas vendas de veículos mas com uma preocupante estagnação da produção, agravada por exportações em baixa, a Anfavea revisou suas projeções para 2024, anunciadas em dezembro. A revisão, divulgada na entrevista coletiva à imprensa realizada na quinta-feira, 4, seguiu a lógica manifestada na primeira metade do ano: para vendas os números ficaram mais positivos e para produção e exportação a revisão foi para baixo.
Em dezembro a Anfavea projetava um mercado interno de 2 milhões 450 veículos, leves e pesados, com avanço de 6,1% sobre 2023. O avanço seria maior em pesados, 13,6%, do que em leves, 5,7%. Os novos números apontam para alta de 10,9% nas vendas, linear em leves e pesados, somando 2 milhões 560 mil unidades.
Segundo o presidente Márcio de Lima Leite o bom desempenho do primeiro semestre provocou a revisão dos números para cima. No segundo semestre, de acordo com seus cálculos, bastaria uma elevação de 5% sobre o mesmo período do ano passado para alcançar a nova meta: “É perfeitamente possível ter um crescimento de 5% mensal, ainda que os volumes do segundo semestre de 2023 sejam maiores. Temos condições para isso”.
Embora menor a projeção para a produção também é, de certo modo, otimista: de janeiro a junho o ritmo das linhas cresceu 0,5%, considerada circunstância de estabilidade pelo presidente. Lima Leite disse que, além da redução nas exportações e aumento das importações, afetaram as linhas de montagem as greves em órgãos do governo, como o Ibama e os fiscais do Mapa, e a tragédia no Rio Grande do Sul, o que faz acreditar em um segundo semestre mais positivo.
A nova estimativa para a produção é de crescimento de 4,9%, para 2 milhões 440 mil unidades. A anterior era de 6,2%, somando 2 milhões 470 mil veículos. Mas há um porém: a Anfavea considera em sua análise o retorno imediato do imposto de importação integral, de 35%, para eletrificados, pleito da entidade para o governo: “Com o retorno do imposto haverá crescimento mas, caso contrário, a produção deverá cair”.
Já nas exportações, diante do contexto negativo e de perda de competitividade do produto brasileiro no mercado externo, a Anfavea projetou recuo de 20,8%, em vez da estabilidade, leve alta de 0,7%, no ano passado: de 407 mil unidades passou para 320 mil.