São Paulo – A produção de caminhões chegou a 64,6 mil unidades no primeiro semestre, avanço de 36,5% na comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pela Anfavea durante entrevista coletiva à imprensa realizada na quinta-feira, 4. Mesmo com este grande aumento porcentual é necessário lembrar que no ano passado, por causa da chegada dos motores Euro 6, a produção sofreu forte queda nos seis primeiros meses do ano.
Em junho a produção foi de 12,2 mil unidades, alta de 9,5% com relação a maio e grande expansão de 74,1% sobre igual mês do ano passado. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ressaltou que foi uma alta importante: “Mas no ano passado, exatamente em junho, o setor passava pela maior dificuldade de sua história, tanto em produção como em vendas”.
As vendas de janeiro a junho somaram 56,8 mil unidades, incremento de 8% sobre o primeiro semestre do ano passado. Em junho as vendas somaram 10 mil unidades, avanço de 4,6% na comparação com maio e expansão de 26,6% com relação ao mesmo mês do ano passado.
A média diária no mês passado foi de 500 unidades/dia, a melhor de 2024, mas o presidente da Anfavea afirmou que o crescimento registrado até agora ainda não é motivo para soltar fogos, pois ele ocorreu sobre uma base baixa de 2023.
O ponto negativo do setor de caminhões foi registrado nas exportações, com 7 mil unidades de janeiro a junho, queda de 13,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho foram 1,2 mil unidades, queda de 10,6% com relação a igual mês do ano passado e de 3,6% na comparação com maio.
Em busca das 200 mil unidades
A indústria de caminhões sonha com volumes maiores de produção no Brasil, mirando as 200 mil unidades por ano, de acordo com Márcio Querichelli, presidente da Iveco, que também participou da coletiva da Anfavea. Esse volume também já foi citado pelo executivo durante evento AutoData, ao lado de Christopher Podgorski, CEO e presidente da Scania na América Latina.
Segundo Querichelli o Brasil tem capacidade para chegar a este volume, mas depende de alguns fatores como a renovação de frota: “Acredito que a segunda fase do programa de renovação comece no segundo semestre deste ano e ajude no crescimento dos volumes produzidos pela indústria nacional. Dependendo do quanto forte esse programa sair poderá trazer efeitos positivos de peso para as montadoras instaladas no País”.
Outros fatores também precisam melhorar internamente, como as taxas de juros, que estavam em queda mas não deverão cair mais ao longo do ano, o que afeta diretamente as taxas praticadas nos financiamentos. Segundo Querichelli, para chegar ao patamar das 200 mil unidades é necessário um trabalho conjunto muito grande da indústria e do governo.