Xangri-la, RS – A energia gerada pelo vento que movimenta as pás de dez aerogeradores instalados pela Honda Energy em seu parque eólico de Xangri-la, RS, proporcionou a produção de 1 milhão de automóveis nas fábricas de Itirapina e Sumaré, SP, em menos de dez anos. O marco foi alcançado agora, em março, e foi celebrado pela companhia que tem no Brasil sua única operação industrial totalmente abastecida por energia limpa e renovável.
Além das fábricas de Sumaré, que no passado entregou automóveis e agora é responsável pela produção de peças e motores, e Itirapina, que atualmente monta os modelos City e HR-V, os 31,7 MW gerados pelo parque eólico abastecem o escritório da companhia em São Paulo. Eventualmente sobra energia:
“Sobra em torno de 20% da energia gerada”, afirmou Otávio Mizikami, presidente da Honda Energy e vice-presidente industrial da Honda Automóveis. “Este excedente comercializamos no mercado livre de energia. A venda não é o nosso objetivo principal”.
A operação, segundo Mizikami, foi desenvolvida para a capacidade máxima de produção e automóveis, que é de 120 mil unidades em Itirapina. Nos últimos anos, porém, a unidade trabalhou com ociosidade na faixa dos 50%: “Ano a ano a produção vem crescendo, mas ainda estimamos trabalhar com até 20% de ociosidade em 2024 e 2025”.
Expansão, portanto, não está no horizonte da Honda no médio prazo. Para isto seria preciso adquirir mais terreno, porque pelo posicionamento dos aerogeradores a instalação de um novo não seria possível sem prejudicar o desempenho. Há dez anos o parque foi inaugurado com nove equipamentos e um décimo foi instalado em 2020. No total a companhia investiu R$ 130 milhões no projeto.
Segundo Mizikami a companhia deixou de emitir 47 mil toneladas de CO2 com a energia eólica autogerada, que é suficiente para iluminar uma cidade de 35 mil habitantes.
A única operação brasileira da Honda que ainda não tem energia limpa autogerada é a fábrica de motocicletas em Manaus, AM, que somente recentemente foi integrada ao SIN, Sistema Interligado Nacional. Não há planos concretos, ainda, de gerar energia para a operação da Zona Franca.