São Paulo – Delegação da Anfavea composta pelo diretor executivo, Igor Calvet, e por três vice-presidentes desembarcou junto com a missão liderada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em Bogotá, na Colômbia, na quarta-feira, 17. Dentre os setores que buscam ampliar negócios com os colombianos está o automotivo.
A principal demanda é a eliminação da cota de importação do acordo comercial existente nos dois países. A Colômbia é atualmente, o quarto maior comprador de veículos brasileiros, mas um ano atrás era o terceiro. A queda da demanda do mercado interno local reduziu as exportações a partir das fábricas brasileiras, que contam com cota de 50 mil unidades isenta de impostos por ano. O livre-comércio é o objetivo da Anfavea, que busca eliminar barreiras para os veículos brasileiros em mercados próximos.
“O México possui 47 acordos comerciais bilaterais”, afirmou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, na sexta-feira, 12. “O Brasil tem menos de dez”.
Quarta economia da América Latina
Na quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com o presidente colombiano, Gustavo Petro, para tratar de assuntos como bioenergia, desenvolvimento sustentável, integração regional e setor automotivo. Ele viajou com o secretário executivo do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, e o presidente da Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, para participar do Fórum Empresarial Colômbia-Brasil na Capital, Bogotá. A Colômbia é a quarta maior economia latina.
Os embarques de automóveis e comerciais leves brasileiros para a Colômbia despencaram 57% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Anfavea. À época as 14,9 mil unidades representavam 14% das exportações e colocavam o país como o terceiro maior parceiro comercial neste setor. De janeiro a março, porém, os 6,3 mil veículos comercializados ocuparam fatia de 8% e a Colômbia saiu do pódio, caindo para o quarto lugar.
Ao todo o volume exportado no acumulado de 2024 somou 75,8 mil unidades, queda de 30% ante igual período do ano passado. A Argentina segue em primeiro lugar, com 29 mil unidades e participação de 38%, mas queda de 15% no total embarcado no trimestre. Na sequência vêm México, com 18,4 mil unidades e participação de 24%, com recuo de 30% no mesmo comparativo, e Uruguai, com 7,5 mil unidades e fatia de 10%, que mesmo tendo retraído a quantidade comprada em 7% alçou uma posição e tomou o posto da Colômbia.
De acordo com a Anfavea o mercado de veículos colombiano encolheu 13,6% de janeiro a março. As vendas internas completaram dezoito meses de queda devido ao menor ritmo da atividade econômica e à alta dos preços dos veículos e das taxas de juros. O desempenho acabou deixando sobrar mais cotas isentas de imposto para o Brasil mas, diante da menor demanda, o volume de exportações não aumentou.
Durante participação no 5º Congresso Latino-Americano de Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData em setembro do ano passado, o presidente da Andemos, Associação Nacional de Mobilidade Sustentável, Oliverio Henrique Garcia Basurto, lançou alerta de que a Colômbia desejava fechar a torneira e reduzir o volume de veículos que entravam sem impostos.
Mas, até agora, nada mudou. Em vigor desde 2017 o Acordo de Complementação Econômica do Brasil com a Colômbia também facilita o acesso de colombianos a produtos têxteis e siderúrgicos.