São Paulo – O crescimento das vendas de veículos eletrificados no mercado brasileiro, que no primeiro quadrimestre, segundo as contas da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, foi de 6,6%, deverá manter a toada até dezembro. Esta é a percepção de Thiago Sugahara, diretor do grupo de veículos leves da ABVE, Michele Menchini, diretora de vendas da BMW, e José Ricardo Gomes, diretor comercial da Toyota, que participaram de painel sobre o tema durante o Fórum AutoData Perspectivas Automóveis 2025.
Nos últimos anos o segmento avançou média de 73% ao ano, destacou Sugahara. Em 2020 foram emplacados 20 mil veículos eletrificados, o equivalente a 1% do mercado brasileiro e, em 2024, o número foi de 177 mil ou 7% da fatia. “Ou seja, se houver a oferta de produtos e serviços cada vez mais acessíveis, a tendência é que a eletromobilidade cresça, principalmente com a chegada do Mover. Fato é que é um caminho sem volta”.
Crédito também afeta segmento premium
Menchini disse que, por um lado, o encarecimento do crédito gera impacto nos negócios, mas, por outro lado, coloca luz em outros temas que a BMW vem trabalhando com concessionários, como a gestão cuidadosa do estoque. “O giro precisa ser maior quando se fala em varejo. E o braço financeiro BMW Serviços Financeiros se mostra parceiro fundamental para que tenhamos ritmo de vendas acelerados mesmo em tempos de juros elevados. É uma das nossas fortalezas.”
Com relação ao desempenho da BMW Menchini contou que, apesar dos desafios, houve crescimento: “Para nós este é sinal muito positivo. A BMW acompanhou o mercado e entregou mais veículos aos clientes. Para se ter como base 2024 foi o melhor ano da marca no Brasil, com 16,2 mil carros. E, para este, esperamos ter um novo recorde com o lançamento da nova geração do X3 e a atualização do i4 em duas versões”.
Gomes assinalou que para equilibrar o cenário a Toyota continua focando na exportação. No Brasil, espera vender 200 mil unidades, 3% mais do que no ano passado, perspectiva reforçada pelo lançamento do terceiro modelo híbrido flex até o fim do ano – cujo nome não foi confirmado, ainda, mas tudo indica que seja o Yaris Cross: “Temos uma expectativa muito positiva do Brasil. As oscilações e questões políticas são de curto prazo. Mas vivemos em região e País que têm crescimentos e evolução constantes”.
Quanto à Lexus a expectativa é crescer 30% no Brasil em 2025: acabou de inaugurar sua décima-primeira concessionária em Fortaleza, CE, e foi lançado o segundo produto híbrido plug-in NX350h+. “Vemos a marca como vitrine de novas tecnologias de eletrificação e automação”.
O diretor da ABVE exaltou o dado de que o segmento premium de eletrificados saiu de 7 mil para 9 mil emplacados: “Ou seja: existe oportunidade enorme no mercado brasileiro de alavancar este processo de eletrificação e não só no segmento de luxo. Os números são muito vigorosos, por isto é importante investir. O objetivo é que haja a transferência de tecnologia”.